sábado, 28 de abril de 2012

ARTIGO

DEGRAU ACIMA Felicidade é suprema meta! E universal. Tão profundo e urgente é este anseio que, desde tempos imemoráveis, o ser humano especula sobre que caminhos e posturas seguras seguir para alcançar, e de uma forma estável e perene, esta bem-aventurança. O ser humano não se preenche apenas com surtos de felicidade. Quer um bem-estar que seja duradouro e confiável. Pesquisas são feitas, algumas sérias e bem intencionadas, na tentativa de descobrir o que representa a felicidade para a maioria das pessoas e com que meios imagina chegar ao objetivo desejado. Nessas pesquisas algumas preferências sobressaem. Muita gente indica dinheiro, emprego, saúde, filhos, conforto, sucesso, poder, como representativos de felicidade. Observa-se, a partir dessas preferências, que o conceito predominante de felicidade se concentra em vantagens de caráter pessoal e de êxito imediato. Bem característico da pressa e da individualidade que distinguem e condicionam a mentalidade moderna. Na análise dessas preferências deduz-se também que o bem-estar que elas oferecem é marcadamente transitório e instável. É bom ter dinheiro, claro, mas o sujeito se acostuma a ele e, não raramente, se frustra por causa do seu limitado alcance. Além da inerente insegurança, descobre, com certa amargura, que a riqueza não é capaz de comprar tudo, nem o mais básico, como o senso de responsabilidade de um filho, ou a harmonia em família, por exemplo! Outro fator elementar a gerar sérios inconvenientes é que a felicidade subjetiva frequentemente tromba com interesses de outras pessoas, provocando medos e instabilidade. A felicidade pela qual o ser humano anseia, portanto, vai muito além do imediato e do subjetivo. Para ser verdadeira e duradoura a felicidade tem que incluir a dimensão coletiva. A busca da felicidade transcende o individual e o imediato. Esta premissa explica porque um dos básicos pressupostos para uma felicidade objetiva é a liberdade. Sem liberdade não há felicidade. Normalmente, interesses subjetivos e imediatos estão mais sujeitos a impulsos que a escolhas livres e conscientes. Distorce-se muitas vezes a verdade para conseguir os próprios objetivos. Ao distorcer a verdade, invariavelmente, incorre-se no desrespeito ao semelhante. Conclui-se que a liberdade exige a objetiva verdade. A objetiva verdade, por sua vez, reconhece como inalienáveis o direito e a dignidade do outro. Chega-se, assim, aos requisitos indispensáveis para chegar à felicidade duradoura e consistente. A felicidade está atrelada à liberdade, que depende da verdade, que respeita a dignidade e o direito do outro. Exigente, portanto, é o caminho da felicidade. Árduo. Descartam-se como enganadoras e alienantes todas as propostas, inclusive de cunho religioso, que prometem atalhos rápidos para a felicidade. Não se consegue ser feliz por milagre! Não se consegue o estado da bem-aventurança por intervenção externa, mesmo vinda do sobrenatural! Do céu vem a luz que indica o caminho. O trajeto, no entanto, terá que ser percorrido. Felicidade é destino e, como tal, demanda um percurso a ser feito. Ilusão grave imaginar que a beatitude é incompatível com o sofrimento. Neste quesito a sociedade moderna anda derrapando feio. Nutre verdadeira aversão a compromissos e obrigações. Por não admitir privações corre atrás de soluções mágicas. Acredita em sorte. Confunde bem-estar com vida fácil e instantânea, com conforto constante e prazer gratuito. A felicidade é uma conquista, e nesta condição exige esforço, renúncias, dedicação. É do sofrimento, da disciplina, que brota a duradoura felicidade. Nosso Senhor Jesus Cristo, genuíno amigo do Homem, declaradamente associa a vida eterna – terminologia sinônima à felicidade e ao bem-estar – à fé, ao caminho estreito, à renúncia, à cruz! Nota-se, nenhum dos meios indicados por Cristo tolhe ou lesiona a liberdade. Ao contrário, aperfeiçoa o seu exercício. A mentira é que corrói o livre arbítrio. A soberba é que desfigura a liberdade. Sem genuína liberdade não há felicidade duradoura! Sem verdade não há liberdade plena! Sem respeito ao semelhante tampouco há verdade! É sobre o tríade liberdade, verdade e respeito que repousa a autêntica felicidade. Feliz é a pessoa que consegue subir e se manter um degrau acima da confusa e massificante rotina da vida moderna. WWW.pecharles.blogspot.com

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