
PAIS ZELOSOS
Em família forja-se o sucesso! Onde há uma vida familiar estável a probabilidade dos integrantes conseguirem êxito em seus empreendimentos é muito grande. Uma pesquisa recente, patrocinada por uma Universidade de ponta nos Estados Unidos confirma que alunos oriundos de famílias estáveis demonstram maior índice de aproveitamento nos estudos. Aponta ainda a pesquisa que uma base familiar estável influi mais que a excelência do corpo docente. A tese, logicamente, se aplica para a esfera religiosa. Crianças que crescem em ambientes onde a religião integra naturalmente a vida familiar assimilam com mais serenidade os ensinamentos religiosos e seguem com alegria as obrigações inerentes à fé. Questiona-se com freqüência quanto ao presumido direito dos pais decidirem a religião por seus filhos. Esta argumentação faz algum sentido no caso de os pais não seguirem com fidelidade a religião que dizem professar. Nestas circunstâncias considera-se, de fato, uma imposição indevida a definição religiosa para os filhos. Quando, no entanto, os pais vivem a religião e a praticam com consciência, nada mais natural e coerente iniciar os filhos no caminho de Deus. Se, depois, crescidos, os filhos quiserem seguir outro rumo, a decisão caberá obviamente a eles. Tal desfecho, contudo, não anula a tese original: em famílias estáveis a probabilidade de êxito em projetos e carreiras é significativamente alta. Feliz quem cresce em família estável.
Contam os biógrafos, que Fernando de Bulhões, mais conhecido como Antônio de Pádua, nasceu e cresceu numa família de fortes convicções religiosas. Sua mãe Tereza cuidou desde a tenra idade de iniciar o menino na fé e na piedade cristã. A família Bulhões vivia a fé. A mãe foi a primeira e a mais influente catequista do pequeno Fernando. Foi ela quem semeou no coração do filho o amor a Deus e ao próximo. Com ela e o pai, Martinho, habituou-se o garoto a freqüentar a igreja e pegar gosto pelas coisas de Deus. Com a naturalidade própria a pais conscientes, Tereza e Martinho plantaram no coração do menino um forte desejo de querer servir a Deus. Um gosto que veio a fortalecer-se quando ingressou na escola dos frades agostinianos para prosseguir seus estudos. O colégio religioso completou a formação cristã iniciada em família. Naturalmente cativado pelas coisas de Deus, Fernando decidiu seguir o impulso de seu coração e pediu para ingressar na ordem dos agostinianos com o firme desejo de aperfeiçoar seus estudos acadêmicos. O catecismo que da mãe recebeu foi completado e aperfeiçoado pelo estudo da teologia. O discípulo estava maduro para se transformar em missionário. A terra estava preparada e a semente plantada na tenra idade estava pronta para desabrochar. E como desabrochou!
A passagem do acadêmico para o missionário na vida do sacerdote Fernando Bulhões deu-se de uma maneira natural e irreversível. Irresistível foi igualmente a sua adesão à mística franciscana. Paradoxalmente, a sua devoção ao despojamento transformou-se no principal motivo de veneração popular. Graças à sólida formação religiosa recebida em família, o frágil Antônio soube suportar e vencer os inúmeros revezes enfrentados em vida. A biografia de Santo Antônio confirma a tese original, grande parte do sucesso na vida de uma pessoa repousa na educação e na formação recebidas em família. Tese elementar que, no entanto, soa estranha para um bom número de pais da atualidade. Alguns simplesmente abrem mão e terceirizam a educação dos filhos. Desde as tenras idades são as babás que cuidam, depois o maternal e assim por diante. O contato entre pais e filhos é programado, sem a alegre cumplicidade tão saudável para um amadurecimento afetivo sólido. Outros pais, não se sabe muito bem se por comodismo, conveniência ou inapetência, abdicam da exigente tarefa de estar continuadamente orientando e corrigindo seus filhos, aderindo a ambígua doutrina de nada exigir deles, de nada lhes negar, pois isso pode causar neles traumas e inibições. Disciplinas, regras e responsabilidades são tidos como imposições a mexer com a autoestima da criança. As conseqüências dessa lassidão educativa são palpáveis em todas as áreas de convívio social. Número crescente de crianças não respeita nem ambientes nem pessoas, simplesmente porque não aprendeu a fazê-lo. Cresce o número de pais negligentes.
A educação em família é o substrato necessário para a formação de uma personalidade amadurecida e aguerrida. Crianças educadas com responsabilidade e genuína dedicação serão, no futuro, e infalivelmente, profundamente agradecidas aos pais. A sociedade também se beneficiará da educação dada com esmero e discernimento. O zelo de Tereza e Martinho preparou o pequeno Fernando e Deus operou nele maravilhas a ultrapassar fronteiras geográficas e cronológicas!
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