Reflexões para crescer no amor a Deus, no amor aos irmãos e fortalecer-se na fé cristã.Viver, em suma!
sábado, 28 de julho de 2012
REPOUSO
Divino é o descanso! É o que se deduz já da primeira pagina da Bíblia. Ao terminar a obra da criação e sentir-se satisfeito, Deus decide descansar! Formidável mesmo é lembrar a ordem do Criador para estender o repouso a todos os seres, pessoas, inclusive escravos, e também a animais como, igualmente, ao solo. Todo ser vivo necessita de pausas. A terra também precisa de seu descanso sabático. Repousar não é privilégio. Nem concessão. É direito. É necessidade. Coerente, quando menciona os atributos de um pastor bom, Deus, no popular salmo 22, evoca a imagem de águas tranqüilas e de fartas pastagens, onde o rebanho descansa e recupera as energias. Repouso é saúde.
Ao fazer referência aos bons pastores, Jesus menciona o descanso. Coerente, ao se apresentar como um pastor zeloso, Ele destaca, como um de seus atributos principais, o repouso que anseia oferecer ao seu rebanho. Explicitamente convida a todos que andam sobrecarregados, diríamos, hoje, a todos que andam estressados, a procurar nele o alívio necessário. Conclamação confortadora, decididamente ousada! Afinal, tranqüilidade e repouso são artigos raros, não comerciáveis. Indispensáveis, contudo, para uma vida humana digna e produtiva. Sem medo do desafio, Jesus convida a se aproximarem dele os que se reconhecem cansados e fatigados e a eles promete alívio. Se as pessoas acolhessem este convite de Jesus, muita irritação se evitaria. Reduzir-se-iam drasticamente agressões e ofensas. Diminuiriam sensivelmente os conflitos. Jesus veio decidido a elevar o nível da vida humana, garantindo ao Homem paz e tranqüilidade, livrando-o de viver sob constante pressão e tensão.
Formidavelmente coerente, Jesus dá o exemplo ao lidar com os seus mais próximos colaboradores. Deve-se ao evangelista Marcos esta preciosa lição de relacionamento humano, com oportunos reflexos para o mundo de trabalho. Na hora apropriada, Jesus envia seus colaboradores em missão. Obedientes, os doze saem e pregam nas cidades vizinhas. Terminado o estágio, retornam felizes com suas realizações. E comentam com o Mestre o resultado da sua experiência. Permite-se imaginar a excitação do grupo ante o êxito da experiência missionária. Permite-se, igualmente, imaginar a satisfação de Jesus ao perceber o entusiasmo de seus amigos. Prevalecendo a lógica humana, o próximo passo seria a ampliação da missão dos doze, até porque crescia sempre mais, tanto em números quanto em ansiedade, a procura pelo novo ensinamento. No esquema capitalista, o aumento da demanda exige aceleração de produção, mesmo a custa do desgaste do operário. Jesus, no entanto, inova. Justamente Ele, que mais anseia pela salvação das pessoas. Ao invés de aproveitar a situação para ampliar as responsabilidades de seus colaboradores, Ele os surpreende com o inusitado convite a retirar-se e descansar. Revela Jesus que sua principal preocupação é com a integridade de vida de seus colaboradores. Para Ele, a produção, mesmo quando se trata da salvação das pessoas, não deve sobrepor-se ao bem-estar do discípulo. Profundo conhecedor da alma humana, Jesus sabe que operário cansado e fatigado produz menos. Ao contrário, quando valorizado o colaborador rende mais. Lógica elementar, mas curiosamente esquecida e descartada, inclusive nas atividades pastorais. A cultura atual exalta a produção. Impõe metas cada vez mais exigentes. O resultado visível desta louca agitação é o esgotamento físico e mental das pessoas, o desgaste dos relacionamentos, inclusive familiares. O afã para produzir transforma patrões em chefes insensíveis e operários em cidadãos amargurados.
O aumento de chácaras e clubes recreativos é um indicativo evidente da urgência do descanso. Curiosamente, muitos desses refúgios não oferecem o alívio almejado, porque atrelados a regras, a ruídos, a euforias protocolares, emoldurados, não raramente, por uma sutil e hábil artificialidade, que finge, mas, na verdade, não garante descanso. Sair da rotina é saudável. Aliviar o corpo é formidável. No entanto, o repouso precisa incluir a alma. Repouso completo abrange a dimensão espiritual. O acentuado materialismo atual pouca importância dedica ao repouso espiritual, descura da tranqüilidade da alma. Se a alma não revigora, o Homem não descansa por completo, não saboreia o prazer do verdadeiro repouso.
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