sábado, 13 de outubro de 2012

ANO DA FÉ

Fé é vida! Todo ser humano vivo crê. Crer em algo é necessidade intrínseca para a sobrevivência humana! Vive-se de acordo com o que se acredita. A questão fundamental é definir em que ou em quem o ser humano deve acreditar para alcançar uma vida digna e feliz. A partir dessas premissas, é-se induzido a concluir que a humanidade, desde tempos imemoriais, inclina-se, estranhamente, a guiar-se por valores que privilegiam mais a morte que a vida. Enorme é a confusão que envolve o mundo, inúmeras e diversificadas as situações que favorecem e enaltecem a morte de ingentes contingentes da família humana. Impera a cultura da morte, ameaçando milhões de seres humanos, como também a tantas espécies de fauna e de flora. Esta evidente supremacia da morte confirma a preocupante realidade: o ser humano dá preferência a valores negativos, agressivos, sinal claro que passa rotineiramente por uma inquietante crise de fé. Ciente da responsabilidade de dar continuidade à missão de Jesus Cristo, o único e verdadeiro princípio de Vida, a Igreja, na condição de sacramento de salvação, reconhece o grave débito que tem para com a humanidade. Cabe a ela, como primeira tarefa, anunciar e apresentar Jesus ao mundo como o objeto privilegiado da fé. É nEle que as pessoas precisam acreditar. A fé, segundo a concepção bíblica, não se ocupa com doutrinas, mas relaciona-se primordialmente com a pessoa de Jesus Cristo. Crer é entender e aceitar Jesus como a única luz capaz de iluminar a inteligência humana e o único guia com condições de fazer descansar a inquieta alma humana. Crer é seguir Jesus Cristo com absoluta fidelidade, anuindo à ousada afirmação do próprio Mestre: quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim jamais terá sede (Jo 6,35). Vive quem crê em Jesus Cristo. Categórica afirmação, feita, todavia, não com a empáfia dos arrogantes e convencidos, mas com genuíno sentimento de serviço à humanidade. Nesta condição de servidora da humanidade, a Igreja reconhece como sua primeira incumbência apresentar Jesus Cristo ao mundo! Somente chegará a crer em Jesus quem O conhece de verdade. A fé começa a brotar a partir de um encontro pessoal com Jesus Cristo e se solidifica a medida que o convívio com Ele fique mais intenso. Chegar-se-á, então, a perceber que suas verdades atendem aos anseios humanos mais íntimos porque são frutos não de uma ideologia, mas de um profundo e amoroso conhecimento da alma humana. Seus ensinamentos são irretocáveis porque não estão ligados a contingências culturais, geográficas ou temporais. Ao conhecê-lo de verdade, é-se naturalmente induzido a reproduzir, e com alegre alívio, a profissão de fé dos primeiros amigos a Jesus: somente Tu tens palavras de vida eterna. Quando autêntica esta adesão é também intensa. Naturalmente fecunda. A virtude da fé é dinâmica. Inspira e configura atitudes. Toda pessoa que conscientemente adere a Jesus experimenta necessariamente uma conversão para valores positivos que favorecem a vida, a verdade e o amor. Fé sem obras é uma fé morta! Conclui-se, logicamente, que a tarefa de apresentar Jesus Cristo não se esgota em oratória. Particularmente nos dias de hoje, marcados por mentes críticas e inteligências céticas. A apurada capacidade analítica da mente humana, amparada pela profusão de informações, torna o homem moderno crítico e desconfiado quanto a teses, doutrinas e dogmas. Atitude esta que, na verdade, mais favorece a fé do que a combate. Pois induz o discípulo a entender que a fé se manifesta, fundamentalmente, por atitudes, por posturas de misericórdia, de desinteressada atenção ao ser humano, e não tanto por elaboradas teses ou pomposas liturgias. Os rituais adquirem sentido e apelo quando alicerçados em práticas da generosa caridade. Ao promulgar O ANO DA FÉ, o Papa Bento XVI quer provocar profeticamente a Igreja e a cada fiel a interpelar-se quanto a real ressonância da fé que professa. Quer o Papa cutucar a Igreja, entende-se todos os batizados, a examinar se a fé que professa é viva virtude ou vago sentimento a anestesiar consciências. Afinal, sendo Jesus uma figura definida e diferente, crer nEle representa, logicamente, tornar-se também definido e diferente. WWW.pecharles.blogspot.com.br

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