sábado, 27 de julho de 2013

BOA NOVA

Trago Jesus Cristo! Com este compromisso o Papa Francisco resumiu a agenda de atividades em sua visita ao Brasil. Dito de forma diferente, o Papa Francisco se apresentou como portador de boas notícias. Jesus é sinônimo de esperança e de dignidade. De luz e de paz. Na condição de pontifex, Jesus de Nazaré é o fazedor de pontes por excelência. Jesus Cristo aproxima o Homem a Deus e, como consequência natural, fomenta a comunhão dos homens entre si. Religião, fundamentalmente, visa estabelecer e alimentar relacionamentos. Igreja é comunidade de pessoas que se congrega porque em Deus acredita e segue os passos de seu enviado, Jesus Cristo. Ao reafirmar, na condição de líder da comunidade católica, que anuncia Jesus Cristo, o Papa Francisco confirma que o objetivo primário da existência e da ação da Igreja é construir pontes, empenhar-se em aproximar as pessoas a Deus e esforçar-se intensamente para ser instrumento de diálogo e de convívio harmonioso entre as pessoas. Desafios ambos ingentes e urgentes. Oportuníssimo programa para um Brasil marcado por exacerbado laicismo e enfraquecido por graves divisões internas. Estranhamente complicado ficou o acesso do homem moderno a Deus. Com genuíno interesse se procura a razão por esta dificuldade. Predomina a impressão de incompatibilidade entre o ser humano, avançado e progressista, e Deus. As formidáveis conquistas tecnológicas reduziram drasticamente a mitológica dependência do homem de Deus. O que outrora se imaginava privativo da competência divina, hoje as maquinas realizam. Para cientistas e intelectuais, Deus se tornou irrelevante. Para humanistas e livres pensadores, o Criador tolhe a liberdade com proibições e rituais formais. Consideram o Homem suficiente preparado para definir o que é certo e o que não é. Não aceitam tutela moral. Repudiam, igualmente, imposições litúrgicas que estabelecem horários e ritos para comunicar-se com o Criador. O conceito mais difuso, hoje, aponta para um acentuado subjetivismo religioso. O sujeito pode querer seguir uma crença ou uma religião, mas isto, de forma alguma, representa uma necessidade para o ser humano. Ao contrário, perde pontos o cidadão que ainda se deixa envolver por assuntos religiosos e práticas piedosas. Com candura e firmeza, o Papa Francisco, ao afirmar anunciar Jesus Cristo, confirma a necessidade intrínseca que o Homem tem de Deus. Todo avanço tecnológico, formidável e necessário, não somente não dispensa o Homem de reverenciar Deus, mas, ao contrário, o transforma em diligente administrador de todo progresso. Ao submeter-se às verdades divinas, o ser humano nada perde de dignidade. Alcança, sim, nova dimensão de soberania e assume agudo grau de responsabilidade. Crer em Deus é promover a vida. Tal realidade se comprova não com argumentos, embora não os dispense, mas com atitudes concretas de valorização da vida e de reverência a todo ser humano. A comunhão com Deus eleva o Homem a excelência singular, sem lhe tirar a modéstia. Crer em Deus é também acreditar no ser humano. A comunhão com Deus encontra sua mais autêntica expressão na promoção do fraterno convívio entre as pessoas. Jesus Cristo coloca esta verdade como pedra fundamental do novo Reino e distintivo principal de seus seguidores. Com extrema clareza diz identificar-se com os mais insignificantes dos irmãos, orientação obvia para a adoção de uma mentalidade de inclusão. Ao optar seguir Jesus Cristo, o discípulo assume a sublime tarefa de aproximar-se do próximo com a generosidade do bom samaritano. A caridade por Cristo proposta é muito mais envolvente que um assistencialismo diluído e ocasional. Demanda uma radical conversão ao próximo, exigindo um rigoroso combate à indiferença e ao comodismo e uma responsável moderação no consumismo e no desperdício. Não contente com tão abrangente programa, o Senhor Jesus propõe ainda a compaixão e o perdão como pilares indispensáveis na realização do Reino. Acolhida, tolerância e diálogo são naturais manifestações da genuína caridade. “Esta tudo resolvido”!, comentou pessoa conhecida ao acompanhar a chegada do Papa. Não está. Ao comprometer-se anunciar Jesus Cristo, o Papa Francisco propõe novamente ao povo brasileiro um caminho seguro para uma paz consistente e para uma justa prosperidade! Oportuna boa nova!

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