sábado, 28 de setembro de 2013

ISLÃ

Auspiciosa verdade! Da mesma germe procedem o Judaísmo, o Cristianismo e o Islã. Nesta ordem. Essas religiões reconhecem sua origem em Abraão, o patriarca de quem descende o povo de Deus. É perfeitamente previsível, portanto, que exista significativa convergência de princípios fundamentais entre as religiões majoritárias no mundo atual. Se idêntica é a raiz, obvio igualmente é que essas religiões possuam vários elementos em comum. Há divergências doutrinárias, claro, mas há também fina sintonia de postulados éticos e morais a ponto de prever ser perfeitamente possível e desejável o convívio pacífico entre as principais religiões monoteístas! Incalculável é o impacto positivo deste dado básico e elementar para um convívio sem sobressaltos e sem preconceitos entre os milhões de seguidores desses credos. E, por natural acréscimo, para o inteiro planeta. Sobressai, por outro lado, a indigesta constatação: o que explica tanto ódio e tanto litígio se em questões de conduta e de costumes, de relacionamentos em suma, a Bíblia e o Alcorão se repetem e se complementam? Emerge uma triste dedução: os textos sagrados estão sendo manipulados para justificar interesses outros! Em sua origem, o termo 'islã' evoca paz entre pessoas e total obediência ao Criador. O fiel muçulmano se distingue pela reverência plena ao Altíssimo e pela solidariedade para com o próximo. Reza o primeiro mandamento do Decálogo judaico-cristão, confirmado por Jesus Cristo, que a Deus se deve amar de todo o coração e ao próximo como a si mesmo! A convergência é cristalina. Os fundamentos são idênticos e alvissareiros. Valoriza-se o salutar reconhecimento, por parte dos muçulmanos, ser o Islã a continuação, a revelação definitiva, concedida a Maomé, o maior dos profetas, de verdades e ensinamentos transmitidos a Abraão, a Moisés e aos demais profetas, Jesus, inclusive, este considerado um dos profetas de maior destaque. Convém registrar, como prova da relevância de Jesus no pensamento religioso islâmico, o fato de seu nome aparece mais de cem vezes no Alcorão. Outro dado significativo correlato é a piedosa e reverente estima que os muçulmanos nutrem por Maria, mãe de Jesus, a quem apelidam carinhosa e devotamente com o singelo nome de MERYEM ANA, MÃE MARIA! Sua suposta última morada em Éfeso é sítio de peregrinação tanto para muçulmanos como para cristãos! O muçulmano, em comunhão com o judeu e o cristão, crê em um único Deus, criador do universo e da humanidade. O aceita como o destino final da existência humana. Prefere a teologia muçulmana designar o Criador com o termo ALLAH, verbete que em árabe não admite plural nem gênero, resguardando assim sua unicidade e repelindo toda possibilidade de idolatria. Coerente, a piedade islâmica não admite gravuras nem imagens, nem do profeta Maomé. A Bíblia, por sua vez, reconhece como pecado maior a substituição de Deus por deuses outros, outros ídolos, outros senhores. Deus é o único Senhor e somente a Ele deve-se servir e adorar! Perfeita sintonia! A convergência maior entre a Bíblia e o Alcorão se dá no aspecto de costumes. O muçulmano, como o judeu e o cristão, aprende que o amor a Deus está intimamente ligado ao amor ao próximo, particularmente ao mais necessitado. A prática da caridade e da justiça é, no islamismo, uma exigência fundamental. Anualmente o muçulmano dedica-se durante um mês inteiro ao jejum. Em consonância com a tradição bíblica judaico-cristã, o Ramadã muçulmano ostenta entre seus objetivos primários a promoção da solidariedade. Ao abster-se do alimento do nascer ao pôr do sol por um mês, o fiel quer se tornar solidário com os mais necessitados, sentindo na própria pele a dor da fome e aprendendo a ser misericordioso. A atenção para com o indigente é completada pela prática do Zakah. Anualmente, o muçulmano separa 2% do seu rendimento líquido para ajudar o irmão necessitado. Fina sintonia entre as maiores religiões monoteístas! Opor-se ao Islã por causa dos atentados do 11.9.2002 é cair no grave equívoco, tão absurdo e inconsequente quanto desqualificar a Igreja Católica pelos excessos da Inquisição! Urge conhecer e livrar-se de gratuitos preconceitos. Ao assumirem com fidelidade suas crenças, judeus, cristãos e muçulmanos reconhecem como intrínseca exigência o empenho para viver em harmonia e em respeito mútuo com o semelhante. Aliviado, o mundo respira e agradece!

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