sábado, 31 de maio de 2014

NACIONALISMO RELIGIOSO

NACIONALISMO RELIGIOSO No estado de Israel, religião e cidadania se confundem. O país judeu é declarada e ostensivamente religioso. Apoiada no patrocínio total do Estado, a religião judaica impõe preceitos e costumes bíblicos sobre quem se encontra no país, residente ou turista. Digno de registrar é o fato de que nem todos os judeus residentes são praticantes. No entanto, costumes e observâncias religiosas judaicas são impostos sobre quem se encontra no país. Esta condição fica patente, e de uma maneira particularmente notável, ao aproximar-se o SHABAT, o sábado, dia santo semanal judaico. Vale lembrar que, para os judeus, o dia começa ao pôr do sol, conforme orientação bíblica. Dessa forma, já a partir das 15hs de sexta feira, acólitos da sinagoga se postam em lugares movimentados, sinaleiros por exemplo, e com os badalos de suas sinetas, anunciam a chegada do SÁBADO. Gradualmente, o trânsito vai se rareando e as pessoas vão se recolhendo em suas residências. Comércio fecha as portas: até para encontrar restaurante fica difícil. As compras domésticas se concentram nas quintas feiras, reservando assim o SÁBADO para o retiro recomendado. Turista desavisado que chega a Israel em dia de sábado passa apuros. Ao pôr do sol, observa-se uma movimentação interessante. Os homens, trajando o tradicional terno escuro, com seus chapéus peculiares - os homens rezam somente se tiverem a cabeça coberta - vão se dirigindo até a sinagoga do local, enquanto as mulheres, acompanhadas de suas crianças, todas arrumados, vão se reunindo em casas de vizinhos para a reza que anuncia e louva a Deus pela chegada do dia santo. Inclui a reza o rito de acender velas, agradecendo a Deus pela luz, e o ritual de beber vinho, bendizendo o Criador pela vida e pela prosperidade. Em hotéis, mesmo os mais movimentados, os elevadores funcionam, 'modo sabático', ou seja, sobem ou descem apenas um andar por vez, para o evidente desespero dos hospedes. Quando, então, chega o pôr do sol do sábado para domingo, retoma-se o frenético movimento do cotidiano. Nos aparadores do café da manhã, fartos e diversificados, nem sinal de presunto, qualquer que seja o dia da semana. O visitante e o judeu indiferente que se conformem e se submetam à abstinência imposta. Celebração outra festiva atrelada ao caráter religioso do país é a BAR MITZAH. Este evento festeja a chegada à idade adulta dos rapazes. Segundo a tradição bíblica, um jovem chega à idade adulta, ao completar 13 anos, segundo o calendário judaico. Atingindo esta idade, o rapaz é considerado adulto, isto é, em condições de discernir o que é certo e o que é errado, legalmente apto para casar-se. É um cidadão, em suma! No entanto, é a dimensão religiosa que se destaca na celebração. Pois ao chegar à idade adulta, o rapaz assume as observâncias religiosas principais, como a reza do SHEMÁ nas horas marcadas. Esta oração motiva o judeu e o lembra a reconhecer o Criador como o único Deus e somente a Ele amar e servir. Passa a ter acesso ao livro sagrado do TORAH, os cinco primeiros livros bíblicos, que nas sinagogas é representado por um canudo que pesa aproximadamente 15kls. Este rolo, guardado com reverência e destaque na sinagoga, é entregue simbolicamente ao rapaz, que o carrega em público, acompanhado de familiares e amigos, que cantam e dançam, animados por músicos. Na sinagoga, o rapaz recebe o TEFELIN, duas pequenas caixas que contêm a oração do SHEMA e outras obrigações religiosas. Uma dessas caixas é amarrada na fronte e a outra no braço esquerdo, a altura do coração, lembrando o rapaz a guardar a palavra de Deus na mente e no coração. O trajeto festivo se dá nas ruas, sem nenhuma preocupação com os evidentes transtornos para veículos ou pedestres. Turistas curiosos param, admiram e até participam. Os inconformados, simplesmente esperam a banda passar. Religião e cidadania se confundem em Israel. Aprovando ou não, o turista e o cidadão ficam inapelavelmente sujeitos a preceitos e costumes religiosos de judeus devotos, apoiados e patrocinados pelo Estado!

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