Reflexões para crescer no amor a Deus, no amor aos irmãos e fortalecer-se na fé cristã.Viver, em suma!
domingo, 25 de outubro de 2015
HOSPITALIDADE
Saber acolher é precioso predicado! É verdade que existem escolas de etiqueta que ensinam a maneira certa de acolher pessoas. Em recepções oficiais ou formais é preciso obedecer fixos rituais. Seguir o protocolo, todavia, não assegura calorosa acolhida! Todos os requisitos formais podem ser irrepreensivelmente observados, sem que se crie clima de descontração e de confiança. A descontração reflete a espontaneidade e a alegria com que o hóspede é recebido. Quanto mais natural a acolhida, maior a espontaneidade. Saber receber denota generosidade de coração e é claro indicativo da desafetada estima que o hóspede merece. Na verdade, quando a atenção se foca no hóspede, costuma-se dispensar formalidades periféricas. Afinal, é um amigo a quem se está acolhendo! Por outro lado, quando a visita é formal, e o visitante não integra o círculo íntimo do anfitrião, todo cuidado se despende para que o protocolo de boas maneiras seja cumprido. Esse cuidado é sinal de consideração, no entanto, nessas ocasiões, os encontros geralmente ficam sem cor e sem calor. E os anfitriões, exaustos, oprimidos por tanta tensão. São visitas que se acolhe em casa, mas que não cabem no coração! Bem diferente, quando a porta aberta da casa sinaliza trânsito livre até o coração!
A Bíblia exalta a virtude da hospitalidade e explicita as benéficas consequências de acolhidas espontâneas e sinceras. Abraão apresenta-se como exímio anfitrião. Ao receber a visita de três estrangeiros, não hesita em oferecer-lhes sua própria tenda. Os serve ainda com o que de melhor possui em sua dispensa. Como recompensa recebe o maior presente com que sonhava, o nascimento de um filho, Isaac. Outro encontro formidável aconteceu na pequena cidade de Jericó. Habitava ali um sujeito baixinho, ansioso para conhecer Jesus. Como a estatura não ajudava, o sujeito decidiu subir em uma árvore para ver Jesus passar. Presume-se que sequer passava pela cabeça desse homem que Jesus fosse dar-lhe atenção. Afinal, seus conterrâneos o abominavam porque traíra sua identidade nacional ao decidir servir ao império romano, na condição de cobrador de impostos. Pela narrativa, deduz-se ainda que este funcionário público aproveitava-se bem da sua condição de coletor de tributos. Tudo indica que amealhou grande fortuna roubando e explorando seus conterrâneos. Estava convicto intimamente que a chance de receber de Jesus a mínima atenção que fosse era zero. Qual não deve ter sido a surpresa, ao reparar que Jesus, não somente enxergou-o e dirigiu-lhe a palavra, como também se convidou para hospedar-se em sua casa!
Que o interesse de Zaqueu, assim chamava-se o nosso personagem, era mesmo ver Jesus confirma-se pela reação que teve diante do inesperado convite. Diz o evangelista Lucas que o homem pulou da arvore onde estava acomodado e recebeu Jesus com alegria em sua casa. Pouco se importou, pelo jeito, com formalidades. Nem sentiu-se constrangido com os objetos caros amealhados pela impenitente corrupção, que de certo, decoravam sua residência. Acolheu Jesus do jeito que era, sem máscaras, mas com alegria e reconhecimento sincero. Acolheu Jesus no coração, mais que em sua residência! E o Mestre percebeu! E recompensou! O evangelista não entra em detalhes acerca da conversação que rolou entre os dois, e presumivelmente, entre os outros convidados da mesma estofa de Zaqueu. Tudo leva a crer que o encontro foi dos mais descontraídos. Zaqueu deve ter percebido a satisfação de Jesus em ser seu hóspede. Cuidou o evangelista de registrar a profunda transformação que se operou no íntimo daquele corrupto funcionário público. A espontânea e sincera acolhida lhe abriu a porta da salvação!
Saber ser genuinamente hospitaleiro, sem afetação e sem formalidades excessivas, é certamente uma das maneiras mais eficazes de aproximar pessoas e superar barreiras. Nesse nosso mundo tão marcado por carências e por isolamentos, tão sujeito a desconfianças e a depressões, saber acolher com alegria e sem afetação contribui decisivamente para encurtar distâncias e consolidar autoestimas. A hospitalidade, quando genuína, sempre recompensa!
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