sábado, 12 de dezembro de 2015

O ROSTO DA MISERICÓRDIA

No dia 08 de dezembro o Papa Francisco proclamou aberto o Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Como de praxe, o Papa divulga um documento oficial, conhecido como Bula, justificando a inciativa pastoral e motivando os fiéis a dela participarem intensamente. Selecionei trechos do documento oficial com o objetivo de explicitar melhor o sentido do Jubileu e incitar o leitor a procurar lê-lo na íntegra. Almeja-se, em suma, motivar a todos a abraçarem a auspiciosa proposta deste Jubileu. - Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese. Com a sua palavra, os seus gestos e toda a sua pessoa, Jesus de Nazaré revela a misericórdia de Deus. - Precisamos sempre contemplar o mistério da misericórdia. É fonte de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação. Misericórdia: é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade. Misericórdia: é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. Misericórdia: é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida. Misericórdia: é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado. - Perante a gravidade do pecado, Deus responde com a plenitude do perdão. A misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa. A todos, crentes e afastados, possa chegar o bálsamo da misericórdia como sinal do Reino de Deus já presente no meio de nós. “É próprio de Deus usar de misericórdia e nisto se manifesta de modo especial a sua onipotência”. (Santo Tomás de Aquino) - A misericórdia de Deus não é uma ideia abstrata, mas uma realidade concreta, pela qual ele revela o seu amor como o de um pai e de uma mãe que se comovem pelo próprio filho até o mais íntimo de suas vísceras. Em todas as circunstâncias o que movia Jesus era apenas a misericórdia, com a qual lia no coração dos seus interlocutores e dava resposta às necessidades mais autênticas que tinham. - Nas parábolas dedicadas à misericórdia (Lc 15), encontramos o núcleo do Evangelho e da nossa fé, porque a misericórdia é apresentada como a força que tudo vence, enche o coração de amor e consola com o perdão. Somos chamados a viver de misericórdia, porque primeiro, foi usada misericórdia para conosco. Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para se viver feliz. - É triste ver como a experiência do perdão na nossa cultura vai rareando cada vez mais. Em certos momentos, até a própria palavra desaparece. Chegou de novo, para a Igreja, o tempo de assumir o anúncio jubiloso do perdão. É o tempo de regresso ao essencial, para cuidar das fraquezas e dificuldades dos nossos irmãos. O perdão é uma força que ressuscita para nova vida e infunde coragem para olhar o futuro com esperança. - É determinante para a Igreja e para a credibilidade do seu anúncio que viva e testemunhe, ela mesma, a misericórdia. A primeira verdade da Igreja é o amor de Cristo. Por isso, onde a Igreja estiver presente, aí deve ser evidente a misericórdia do Pai. Para ser capazes de misericórdia, devemos primeiro pôr-nos à escuta da Palavra de Deus. Isso significa recuperar o valor do silêncio, para meditar a Palavra que nos é dirigida. Deste modo, é possível contemplar a misericórdia de Deus e assumi-la como próprio estilo de vida. - É meu vivo desejo que o povo cristão reflita durante o Jubileu sobre as obras da misericórdia corporal e espiritual. Redescubramos as obras de misericórdia corporal: dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos. E não esqueçamos as obras de misericórdia espiritual: aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas molestas, rezar a Deus pelos vivos e defuntos. - Neste Jubileu, deixemo-nos surpreender por Deus! Papa Francisco

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