Jr 31,31-34; Sl 50;Hb 5, 7-9; Jo 12, 20-33.
- A liturgia concentra a nossa atenção sempre com mais vigor, na pessoa de Jesus Cristo e na sua missão – queremos ver Jesus! O ‘gancho’ é a popularidade de Jesus, manifesta pelo pedido dos peregrinos gregos. Até os pagãos querem conhecê-lo
- O Mestre admite que sua hora estava chegando e, ato contínuo, mostra que a sua glorificação se assemelha ao grão de trigo, que precisa morrer para dar frutos. A glorificação do Filho de Deus está intimamente ligada à sua generosa doação.
- E completa e confirma esta sublime e inusitada verdade ao afirmar que quando for levantado da terra, a todos atrairá. Jesus quer ser reconhecido na Cruz, na expressão maior do seu amor. Na consumação de sua vida, tornou-se salvação eterna para todos os que lhe obedecem (2ª leitura).
4º Domingo da Quaresma
2Cr 36, 14-16.19-23; Sl 136; Ef 2, 4-10;Jo 3, 14-21.
- Nicodemos foi um fariseu dividido entre suas convicções tradicionais e o encantamento diante dos ensinamentos e posturas de Jesus. O Mestre faz a sua apologia. Recorda-lhe, a partir da circunstância da serpente de bronze, que o projeto de Deus sempre foi o de perdão e de vida.
- Este projeto chega à sua maior expressão na pessoa de Jesus Cristo, o Filho entregue por amor, por graça (2a leitura) e que veio, não para condenar, mas para salvar e dar a vida. Deus ama de verdade, por isso merece a nossa fé.
- Crer é aderir a este projeto de amor-doação, é abraçar este projeto de vida e de luz. Crer é sair da sombra. Afinal, foi com argumentos baseados no amor sincero de Deus que Jesus tentou convencer Nicodemos a fazer a sua opção.
3º Domingo da Quaresma
Ex 20, 1 -17; Sl 18; 1Cor 1, 22-25; Jo2, 13-25.
- João situa o evento na época da Páscoa, festa da libertação. Os costumes, porém, tornaram irreconhecível esta solenidade. Enquanto oficialmente celebrava-se a libertação, na prática acontecia a escravidão comercial. Cambistas e comerciantes aproveitavam-se da ocasião para ganhar dinheiro.
- Jesus quer derrubar os templos (as religiões) que manipulam pessoas para assegurar os interesses particulares. O Templo deixou de ser referência da presença de Deus, espaço privilegiado para seus favores. Jesus é o templo, o culto, o sacrifício. Ele é a garantia das bênçãos divinas. Com Ele nos vêm todo bem e toda graça.
- A partir de Jesus, o referencial deixa de ser a estrutura organizada e passa a ser a comunhão com Ele, pois quem nEle permanece possui a vida eterna! As nossas celebrações devem assegurar alegria, libertação fraternidade.
2º Domingo da Quaresma
Gn 22 1-2.9 10-13.15-18; Sl 115; Rm 8, 31-34;Mc 9, 1-9.
- Duas foram as transfigurações vividas por Jesus, uma no Tabor a outra no Calvário. Esta condicionou aquela. Os discípulos ficaram confusos com o prenúncio da paixão e morte na cruz. E não entendiam o que viria a ser a ressurreição.
- Jesus, então, mostra quem Ele é de verdade. Veste a roupa de Deus, que é confirmada pela voz do Pai Eterno. Os caminhos de Deus nos são estranhos muitas vezes, incompreensíveis mesmo, como no caso do pedido a Abraão.
- No entanto, a obediência a Deus é o caminho certo para a glória. Crer é desinstalar-se, é subir a montanha, apesar das dúvidas, das incertezas e do medo. Se Abraão tivesse se recusado a obedecer e a subir, não receberia a confirmação de que seria uma bênção para todas as gerações. Se os apóstolos tivessem se recusado subir ficariam sem ver a glória a Jesus.
1º Domingo da Quaresma
1º Domingo da Quaresma
Gn 9, 8-15; Sl 24; 1Pd 3, 18-22;Mc 1, 12-15.
- Inicia-se o itinerário de 40 dias rumo à vida nova da boa consciência (2ªleitura). Seguimos os passos de Jesus que se preparou por 40 dias para o seu ministério.
- Observa-se um paralelo interessante entre Noé e Jesus. Em ambas as situações a humanidade encontra-se corrompida. No tempo de Noé, Deus recorre ao dilúvio para limpar o mundo, remove os maus. Mas se ‘arrepende’ e faz Aliança, solene compromisso de nunca mais destruir a humanidade. Jesus é a realização desta promessa. Embora tornasse a ser corrompida, a humanidade em Jesus é salva mediante o seu amor generoso. Os novos tempos chegaram.
- Com admirável coerência, o Senhor anuncia a chegada dos novos tempos e faz uma convocação em dois tempos complementares... convertam-se... e creiam no evangelho. Fazer parte do Reino demanda uma mudança de mentalidade e uma adesão incondicional ao projeto de Deus. O nosso itinerário rumo á Páscoa será pontuado por essas duas exigências: mudança de posturas e submissão integral, sem retoques ou justificativas, ao mandamento do amor.
4ª Feira de Cinzas
Jl 2, 12-18; Sl 50; 2 Cor 5, 20-6,2; Mt 6, 1-6.16-18.
- Inicia-se o itinerário rumo à Páscoa, vida plena na Fraternidade pura. É a marcha da vitória que passa necessariamente pela purificação da cruz, da renúncia, purificação da vida, enfim!
- A recepção das cinzas assinala a nossa condição de relapsos, na qualidade de discípulos. Somos incoerentes, porque os sentimentos de nossos corações não correspondem ao que pronunciam os nossos lábios. Jejuamos, mas não rasgamos o coração. Vestimo-nos de cinzas, mas não corrigimos os nossos vícios.
- Páscoa não é uma data, é uma nova realidade, é a Terra Prometido alcançada por quem possui um coração novo. Os exercícios da quaresma são sinalizações preciosas no itinerário rumo à Terra Prometida, ou se quisermos, rumo à Fraternidade Pura.
7º Domingo do Tempo Comum
Is 43, 18-19.21-22.24-25; Sl 40; 2Cor 1, 18-22; Mc 2, 1-12.
- Na perspectiva da liturgia deste domingo, a cura do paralítico está intimamente ligada ao perdão. A volta do exílio já assinala o perdão total de Deus, capaz de fazer novas todas as coisas.
- A cura total do paralítico confirma que o perdão de Deus é total, e não deixa nenhuma sequela. Quando perdoa, Deus levanta os que andam prostrados por tantas paralisias. É no perdão total e renovador que Ele demonstra realmente o seu poder.
- Se a confiança nele for igual à do paralítico e de seus amigos, o perdão será sempre total e renovador. Observa-se que a intenção do grupo foi de uma cura física, mas Jesus sempre dá mais do que dele se espera. Triste é quando a pessoa prefere permanecer na paralisia, não quer separar-se do mal que a mantém prostrada. Triste também é a incapacidade do Homem de entender/aceitar um perdão dado sem condições, sem rituais. O perdão humano é sempre muito caro, cheio de exigências.
- O paralítico conseguiu ser perdoado graças à fé de seus amigos. Como é bom ter amigos. Intercedamos por eles!
6º Domingo do Tempo Comum
2 Rs 5, 9-14 (Lv 13, 1-2.44-46);Sl 31;1Cor 10, 31-11,1; Mc 1, 40-45.
- O episódio narrado no evangelho de hoje deve ser visto dentro do contexto da legislação sobre o leproso (1ª leitura) e da afirmativa inicial de Jesus no 1º cap. de Marcos;- O Reino está próximo.
- O Reino se realiza a partir da plenitude da compaixão – cheio de compaixão. Identificando-se com a dor do leproso, Jesus o cura, sem fazer pose. A compaixão inspira concretos e generosos gestos de ajuda. Tocando o leproso Jesus anuncia que a lei maior é resgatar e garantir a dignidade de cada ser humano.
- O mundo condena, Jesus se compadece e cura. Todos os impuros devem aproximar-se de Jesus sem medo. Ele é a alegria e o refúgio dos sofredores (Sl). Não é mais o impuro que contamina, é o puro que liberta!
5º Domingo do Tempo Comum
Jó 7, 1-4.6-7;Sl 146; 1 Cor 9,16-19.22-23; Mc 1, 29-39.
- Continua a narrativa das atividades de Jesus no primeiro sábado público. Contrariando a mentalidade vigente, que julgava a doença e os contratempos da vida como sinais de rejeição divina, como atesta o livro de Jô, Jesus cura. Significativo é o procedimento de Jesus que cura a sogra de Pedro sem pronunciar uma única palavra, sem fazer teatro, apenas aproxima-se e estende-lhe a mão.
- A vontade de Deus é levantar todas as pessoas. Libertas, devem adquirir a consciência de pôr-se à serviço dos demais, como agiu a sogra de Pedro.
- Jesus passa a ter uma vida atribulada. Todos O querem. Enormes são as urgências. No entanto, Ele arruma tempo e local para orar. Em oração renova-se a missão e revigoram-se as forças. Fortalece-se para continuar a jornada.
4º Domingo do Tempo Comum
Dt18, 15-20; Sl 94;1 Cor 7, 32 -35; Mc 1, 21-28.
- Marcos descreve o sábado de Jesus. Na sinagoga, o Mestre primeiro anuncia a Palavra de Deus, que provoca grande admiração. Jesus é admirado porque ensina para iluminar e libertar. Para educar, enfim. Ensina sem pose, diferente dos mestres da Lei.
- Mas não se restringe somente à Palavra. A sua instrução é seguida por um gesto concreto de bondade. Ele enxerga todos aqueles que sofrem e os liberta.
- O nosso Domingo deve reproduzir essas duas realidades, ouvir com atenção o que Jesus ensina e traduzir a Palavra em gestos concretos de bondade.
3º Domingo do Tempo Comum
Jn 3, 1-5.10;Sl 24;1Cor 7, 29-31; Mc 1, 14-20.
- Está na hora do Reino de Deus começar a acontecer. O Reino de Deus representa a vida nova que Deus planeja para todas as pessoas, vida de tranquilidade, de paz, de prosperidade para todos.
- É preciso crer nesta vida nova, e crendo, modificar e ajustar todas as ações e reações, motivadas por uma verdadeira e autêntica fraternidade.
- Crer é abraçar incondicionalmente esta proposta, como fizeram os discípulos que, imediatamente, abandonaram redes e famílias, ou seja, mudaram radicalmente a sua maneira de relacionar-se com a família e o trabalho.
2º Domingo do Tempo Comum
1Sm, 3,3-30.19;Sl 39; 1Cor 6, 13-15.17-20; Jo 1, 35-42.
- A liturgia de hoje propõe uma formidável reflexão sobre a condição básica para ser discípulo. A 1ª leitura, o salmo e o evangelho oferecem cada um uma resposta e, na verdade, convergem para uma única conclusão.
- Diante do chamado de Deus, Samuel, orientado para discernir a voz do Criador, responde que está pronto para ouvir. O salmista insiste que Deus não se apega a ritos e holocaustos, mas quer um coração atento. E os dois discípulos do Batista passam uma tarde – permanecem - com Jesus.
- A condição básica para se tornar discípulo é ouvir a voz de Deus, com atenção e acolhida tão apurados a ponto de não deixar cair por terra nenhuma de suas palavras, quero ter a vossa lei dentro das minhas entranhas (Sl resp). Este escuta estabelece, naturalmente, uma profunda comunhão com Deus.
Epifania do Senhor
Is 60, 1-6; Sl 71; Ef 2, 2-3.5-6; Mt 2, 1-12.
- Jesus quer ser conhecido por todos os povos ... A Providência divina é pródiga em encontrar meios convenientes para atingir seu objetivo. Com os judeus – sacerdotes e mestre da Lei, como também Herodes, usa a Palavra; com os pagãos, astrólogos, usa a estrela. Quem captar os sinais e procurar pela verdade, certamente A encontrará e se alegrará. Quem permanece aferrado às suas idéias ficará sem a graça de conhecer a face do Redentor.
- A narrativa dos magos, um digno paralelo ao Prólogo de João, resume o grande enigma da história... o Messias vem, mas é rejeitado pelos seus, e reconhecido e adorado por quem está longe. Afinal, quem, hoje, está longe?
- A narrativa dos magos é uma formidável parábola sobre o itinerário da fé. Os sábios do oriente se desinstalam física e mentalmente, imaginavam ver um rei, e vêem um modesto menino no colo da mãe. Mesmo assim adoram o menino. Sábios adoram Deus sem sentir-se diminuídos e põem aos seus pés sua produção, ao passo que entendidos e presunçosos recusam reconhecê-lo, por isso vivem perturbados! E cometem atrocidades! Sempre haverá quem, teimosamente, queira apagar a luz. Deus não exclui ninguém, nem é exclusivo de ninguém. Quer salvar, não sem a nossa participação.
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