Reflexões para crescer no amor a Deus, no amor aos irmãos e fortalecer-se na fé cristã.Viver, em suma!
sábado, 22 de dezembro de 2012
PAGINA NOVA
Confusa anda a alma humana. A cada tragédia, como mais este massacre recente ocorrido nos Estados Unidos, salta aos olhos a gravidade da desorientação por que passa a alma humana. O fato de essas tragédias acontecerem, e com triste freqüência, num dos países mais desenvolvidos do planeta aumenta a perplexidade e a comoção. Mesmo morando em regiões consideradas desenvolvidas, o Homem expõe, às vezes de uma forma brutal, a indigência existencial que o atormenta. Desenvolvimento tecnológico, progresso material não preenchem os anseios mais profundos da alma humana. O ser humano precisa de algo mais que bem-estar material para convencer-se que a vida é bem precioso e merece ser amada e reverenciada.
Claro, cada escola de pensamento apresenta teorias para o enigma da vida. O cristianismo também possui a sua proposta. Nesta época de Natal, a religião cristã convoca os batizados a externarem com serena e consciente convicção que existe um único Senhor da história e um único Mestre da vida, Jesus Cristo. Celebrar o Natal é mais que piegas encenação de um nascimento singelo acontecido num estábulo em Belém séculos atrás. Ao encarnar-se, o Filho de Deus manifesta o imenso apreço em que guarda a família humana. Ao professar a fé na Encarnação, o Credo cristão proclama enfaticamente – o Filho de Deus desceu do céu por nós, homens e pela nossa salvação. Unicamente por querer salvar a humanidade, Jesus se fez proposital e formidavelmente próximo ao gênero humano. Esta singular iniciativa divina pretende suscitar no ser humano o desejo de querer aproximar-se da divindade. Pouco resolve Deus deixar a glória celeste e estabelecer morada com os homens se estes permanecem obstinados em manter-se indiferentes perante a sua pessoa. Esta teimosa indiferença do Homem diante dos constantes apelos divinos resume a radical tensão que marca os relacionamentos humanos e explica a sucessão de horrores provocados por mãos humanas. Admiravelmente, o evangelista João sintetiza este perene conflito na lapidar frase: a Luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à Luz! Urge socorrer a miopia humana, não somente para evitar novas tragédias e poupar vidas, mas, principalmente, para que o Homem se convença do intrínseco valor que sua vida possui. Atualíssimo soa o alerta do profeta Isaías: procure-se o Senhor enquanto pode ser encontrado. Sempre é tempo para a humanidade se encontrar e se redimir.
O resgate da alma humana justifica a anual celebração do nascimento do Senhor Jesus. Ao recordar o histórico nascimento, os fiéis reconhecem e professam com serena convicção: a humanidade tem salvação! Jesus não recuará! A iniciativa divina não ficará frustrada. Longe de ser uma celebração carregada de sentimentalismos passageiros, estacionada na imagem de um frágil bebê, a celebração litúrgica do nascimento do Senhor Jesus Cristo é uma solene profissão de fé no incondicional e dedicado amor que Deus guarda por sua criatura privilegiada. Ao celebrar anualmente o nascimento do Salvador, os fieis são convidados a mergulhar no extraordinário mistério do amor de Deus e por ele deixar-se contagiar. Ao abrir-se para a Luz que é Jesus Cristo, obrigatória e coerentemente, os fiéis passam a testemunhar a inesgotável compaixão pelo gênero humano. Formidavelmente, a liturgia expressa esta verdade num dos prefácios natalinos: Jesus entrou na história da humanidade para erguer o mundo decaído. Quanto maior a prostração do gênero humano, mais urgente se faz a necessidade de levar a Boa Notícia da salvação. A degradação do ser humano não é motivo para desistir da sua redenção! Esta é a essência da religião que Jesus veio confirmar, mas que, infelizmente, permanece na sombra, ofuscada por rituais estéreis ou por cultos mercadológicos que, na realidade, mantém o Homem submisso e alienado.
Na expectativa permanece o mundo. Ansioso está o Homem por uma digna e consistente libertação. Ao proclamar a Boa Notícia: Nasceu, hoje, o Salvador, o fiel não somente reconhece a sublime e consoladora verdade que Jesus não desiste de salvar a humanidade, mas deste projeto se declara um apaixonado e convicto aliado. Ao acolher o Salvador, o fiel se transforma num efetivo colaborador na redação de uma nova página da história, pagina marcada pela alegria, pelo respeito ao próximo. Pela fé, em suma, na definitiva redenção do ser humano.
FELIZ NATAL!
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