sábado, 20 de julho de 2013

JMJ

Os peregrinos estão chegando. Vêm, em romaria, de várias partes do planeta. Os peregrinos são jovens, cheios de vida, mirando o futuro. No peito levam a cruz, no coração o que disse Jesus, como muito bem sintetiza uma das músicas que promove a Jornada Mundial da Juventude. Em nome de Jesus, e por amor a Ele, centenas de milhares de rapazes e moças deixaram suas casas, suas pátrias, suas férias, e puseram-se a caminho da cidade do Rio de Janeiro em busca de uma experiência peculiar: afirmar e firmar sua presença como Igreja. Imagina-se a festa. Jovens falando vários idiomas, mas com um só ideal na cabeça e um sentimento a prevalecer no coração: declarar, candidamente, que amam e seguem a Jesus. Julgam-se felizes por isso! Nele encontram sentido pleno para a existência e, assim, conclamam outros jovens a acompanhá-los neste seguimento. Impossível não encantar-se e não comover-se diante de tão singular testemunho. A ressonância deste enorme congraçamento ultrapassa fronteiras, a esperança que dele emana naturalmente contagia o planeta. Afinal, são centenas de milhares de jovens caminhando, cantando, rezando, forjados em um projeto de vida que tem como sólido alicerce a fraternidade e como propósito crescer no respeito pelo semelhante. A essência do cristianismo, em suma. Toda peregrinação costuma terminar em santuários. Desta vez o santuário não será um templo feito de pedras, mas o 'campo da fé', o enorme descampado que acolherá os romeiros nas celebrações finais da Jornada. Eloquente é o simbolismo deste 'campo da fé'. Realiza formidavelmente a grande verdade: a Igreja de Jesus Cristo não é feita de pedras nem de trâmites burocráticos, mas, primordialmente, de gente que, por crer em Jesus, se congrega em seu nome. Igreja é comunidade que se encontra. Encontra-se com seu fundador vivo, de quem recebe constantemente a Palavra e o Pão da vida. E encontra-se também entre si num movimento constante de renovação e de conversão. Igreja é isso: comunidade que se encontra e que se renova, num contínuo recomeçar-se. Incomensurável será a energia sobrenatural a emanar da Jornada. Os encontros de formação, as celebrações, as atividades culturais, as oportunidades de confraternização, de intercâmbio e de partilha, produzirão um conjunto de sementeiras que, francamente, fica impossível calcular a repercussão e projetar a dimensão da colheita. Sobre todo evento domina a majestosa e serena figura do Cristo Redentor, símbolo natural deste singular encontro. Com seus braços abertos, o Cristo expressa a alegria da acolhida, traço peculiar, alias, da alma carioca. Todos cabem no abraço do Cristo Redentor. Ele é refúgio e proteção. Somente em Cristo, afinal, a alma humana encontra sentido e repouso. Para Ele milhares de olhares juvenis se voltam em gratidão, em esperança, em inspiração. Em amor! Os braços abertos de Cristo, contudo, lembram também a cruz, não mais como instrumento de tortura, mas como a maior expressão de amor que um ser humano já demonstrou em favor de toda humanidade. Na cruz, Jesus expressa duas grandes e sublimes verdades e as confirma: o inigualável amor maior e a força de atração que todo amor generoso exerce. Mirando Jesus na cruz, os jovens há de se sentir não somente amados, mas igualmente enviados. São tantos os jovens que precisam da Boa Notícia! Afinal, o Senhor morreu para que não haja mais cruzes a atormentar as pessoas. Nada mais incomoda o jovem que o sofrimento injusto. A terna e generosa alma juvenil não suporta ver, entre outros, colegas jovens vergados por cruzes, doídas conseqüências de ilusões, desorientações e explorações, condenados prematuramente à morte estúpida. Intencionalmente, os braços abertos do Cristo Redentor acenam para o valor da vida e conclamam os jovens para que sejam mensageiros e defensores da vida. Autênticos samaritanos para seus pares! Sim, porque a Jornada Mundial da Juventude termina, mas não se encerra. Todo encontro com Jesus Cristo embute um envio! Pela voz do Papa Francisco os jovens serão enviados de volta à seus países, cidades e famílias de origem, para o mundo enfim, com a fascinante missão de renovar a face da terra, reavivar a esperança, semear alegria. Fazer a paz acontecer.

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