terça-feira, 27 de agosto de 2013

DE CASA EM CASA


Mala direta. Telemarketing! Banners de propaganda na internet. É a artilharia midiática moderna para conquistar mercado e vender produto. A estratégia moderna prima pelo contato direto com o potencial consumidor. Atento ao fenômeno cultural moderno que molda o cidadão a relacionar-se com os outros e com o mundo via mídia, o mercado adaptou-se rapidamente ao esquema de comunicação em tempo real. A divulgação de um produto, em toda e qualquer área de atividade, dedica preferência e particular capricho à linguagem midiática. A capacidade de mobilização das redes sociais ficou confirmada nas recentes manifestações que aconteceram em várias partes do mundo. Recorrendo a um clichê moderno, mensagens de impacto são comparadas a pólvora acesa quando transmitidas via redes sociais. Inconteste é o poder de infiltração e de mobilização dessas novas ferramentas de contato.
A energia comunicadora das redes sociais se presta, igualmente, para o trabalho evangelizador. A potencialidade dessa ferramenta capaz de levar, em tempo real, a Boa Notícia ao mundo causa assombro. Em especial quando comparada aos enormes esforços empreendidos por gerações passadas em levar o Evangelho aos confins da terra. Reconhece-se, mesmo com tantas dificuldades e limitações, os missionários, heroicamente, atenderam ao apelo do Mestre, enfrentaram mares, montes e matos e levaram com zelo e paixão o anúncio do Reino. Diante, então, da facilidade que a tecnologia moderna proporciona, a atual comunidade de discípulos deve sentir-se particularmente cobrada nesta tarefa evangelizadora. O mundo avançou muito tecnologicamente, mas permanece escandalosamente deficitário quanto à condições  de vida digna e decente de um sem número de cidadãos. A observação registrada pelos evangelistas dando conta da tristeza de Jesus diante do abandono e da prostração que atormentavam seus contemporâneos permanece valida e mais aguda nos tempos modernos. Agora, como então, a grande maioria das pessoas vaga como um rebanho sem pastor. Perambula perdida, confusa e com medo, ansiosa para encontrar confiáveis caminhos que conduzem até onde se encontram as verdes pastagens que alimentam e dão segurança. Permanece dramaticamente atual o apelo para que se rogue ao Pai que mande mais colaboradores dispostos a pastorear o rebanho.
Fazia-se uma leitura muito estreita deste apelo do Mestre. Concentrava-se em orar por mais padres e pastores. No entanto, o contexto em que foi feito o apelo sugere uma interpretação mais abrangente. Foi à comunidade dos discípulos que Jesus se dirigiu. Consequentemente, é preciso estender e aplicar a convocação a todos os discípulos. Jesus quer despertar em todos os seguidores a urgência missionária que ardia no seu próprio coração. O Mestre não se conformava ao ver tanta gente sofrendo por não ter acesso e desconhecer os legítimos caminhos capazes de resgatar a dignidade humana. Enchia-se de compaixão diante de tanta gente prostrada por sofrimentos arbitrários e explorada por desilusões. Não é para viver na miséria e no sofrimento que Deus criou a humanidade. Ao contrário, o que mais Ele quer é ver o Homem realizado e feliz! Compreensível, a aflição de Jesus em querer contagiar seus discípulos com o mesmo ardor que acendia seu coração e tirá-los da indiferença e do comodismo. Insistiu que fossem de casa em casa levando a mensagem da paz, anunciando a proximidade do Reino. Durante séculos, milhões seguiram a risca este preceito.

As redes sociais, hoje, propiciam uma singular oportunidade de visitar milhares de casas levando a mensagem da paz. Centenas de milhares de pessoas fazem isso. Não se pode contentar, contudo, apenas com mensagens açucaradas. Tão pouco resolvem pregações virtuais! Atente-se, a mobilização virtual induziu as pessoas a sair para a rua, manifestar a cara, pedir mudanças. Quem postou foi o primeiro a sair à rua e seu exemplo foi arrastando outros e outros. Não basta postar mensagens bonitas. É preciso que sejam acompanhadas e confirmadas por atitudes concretas e comprometidas. São as atitudes que sustentam e dão credibilidade ao Evangelho. Imprescindível é a utilização das redes sociais no trabalho evangelizador. Pertinente muito, no entanto, e indispensável, permanece a recomendação de ir de ambiente em ambiente, de casa em casa, fazendo a paz acontecer.        

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