Mala direta. Telemarketing! Banners de
propaganda na internet. É a artilharia midiática moderna para conquistar
mercado e vender produto. A estratégia moderna prima pelo contato direto com o
potencial consumidor. Atento ao fenômeno cultural moderno que molda o cidadão a
relacionar-se com os outros e com o mundo via mídia, o mercado adaptou-se
rapidamente ao esquema de comunicação em tempo real. A divulgação de um
produto, em toda e qualquer área de atividade, dedica preferência e particular capricho
à linguagem midiática. A capacidade de mobilização das redes sociais ficou
confirmada nas recentes manifestações que aconteceram em várias partes do
mundo. Recorrendo a um clichê moderno, mensagens de impacto são comparadas a
pólvora acesa quando transmitidas via redes sociais. Inconteste é o poder de
infiltração e de mobilização dessas novas ferramentas de contato.
A energia comunicadora das redes sociais
se presta, igualmente, para o trabalho evangelizador. A potencialidade dessa
ferramenta capaz de levar, em tempo real, a Boa Notícia ao mundo causa assombro.
Em especial quando comparada aos enormes esforços empreendidos por gerações
passadas em levar o Evangelho aos confins da terra. Reconhece-se, mesmo com
tantas dificuldades e limitações, os missionários, heroicamente, atenderam ao
apelo do Mestre, enfrentaram mares, montes e matos e levaram com zelo e paixão o
anúncio do Reino. Diante, então, da facilidade que a tecnologia moderna proporciona,
a atual comunidade de discípulos deve sentir-se particularmente cobrada nesta
tarefa evangelizadora. O mundo avançou muito tecnologicamente, mas permanece
escandalosamente deficitário quanto à condições
de vida digna e decente de um sem número de cidadãos. A observação
registrada pelos evangelistas dando conta da tristeza de Jesus diante do
abandono e da prostração que atormentavam seus contemporâneos permanece valida
e mais aguda nos tempos modernos. Agora, como então, a grande maioria das
pessoas vaga como um rebanho sem pastor. Perambula perdida, confusa e com medo,
ansiosa para encontrar confiáveis caminhos que conduzem até onde se encontram
as verdes pastagens que alimentam e dão segurança. Permanece dramaticamente
atual o apelo para que se rogue ao Pai que mande mais colaboradores dispostos a
pastorear o rebanho.
Fazia-se uma leitura muito estreita
deste apelo do Mestre. Concentrava-se em orar por mais padres e pastores. No
entanto, o contexto em que foi feito o apelo sugere uma interpretação mais
abrangente. Foi à comunidade dos discípulos que Jesus se dirigiu.
Consequentemente, é preciso estender e aplicar a convocação a todos os
discípulos. Jesus quer despertar em todos os seguidores a urgência missionária
que ardia no seu próprio coração. O Mestre não se conformava ao ver tanta gente
sofrendo por não ter acesso e desconhecer os legítimos caminhos capazes de
resgatar a dignidade humana. Enchia-se de compaixão diante de tanta gente
prostrada por sofrimentos arbitrários e explorada por desilusões. Não é para
viver na miséria e no sofrimento que Deus criou a humanidade. Ao contrário, o
que mais Ele quer é ver o Homem realizado e feliz! Compreensível, a aflição de
Jesus em querer contagiar seus discípulos com o mesmo ardor que acendia seu
coração e tirá-los da indiferença e do comodismo. Insistiu que fossem de casa
em casa levando a mensagem da paz, anunciando a proximidade do Reino. Durante
séculos, milhões seguiram a risca este preceito.
As redes sociais, hoje, propiciam uma
singular oportunidade de visitar milhares de casas levando a mensagem da paz.
Centenas de milhares de pessoas fazem isso. Não se pode contentar, contudo,
apenas com mensagens açucaradas. Tão pouco resolvem pregações virtuais!
Atente-se, a mobilização virtual induziu as pessoas a sair para a rua,
manifestar a cara, pedir mudanças. Quem postou foi o primeiro a sair à rua e
seu exemplo foi arrastando outros e outros. Não basta postar mensagens bonitas.
É preciso que sejam acompanhadas e confirmadas por atitudes concretas e
comprometidas. São as atitudes que sustentam e dão credibilidade ao Evangelho.
Imprescindível é a utilização das redes sociais no trabalho evangelizador. Pertinente
muito, no entanto, e indispensável, permanece a recomendação de ir de ambiente
em ambiente, de casa em casa, fazendo a paz acontecer.
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