sábado, 26 de outubro de 2013

JUSTIÇA SOCIAL

Religião regula relacionamentos! Ao propor a fraternidade como a referência principal para o relacionamento entre as pessoas, o Senhor Jesus lança o alicerce para uma renovada vida social. Diferente e digna. Sempre nova, no sentido de continuadamente interpelar as pessoas, forçando os cidadãos de boa vontade a, regularmente, reavaliar seus objetivos e analisar suas condutas. Nesta dinâmica, o convívio social experimenta constantes ajustes e melhoras, uma vez que a busca pela autêntica fraternidade jamais esgota seu potencial. Formidável notar, neste sentido, a rigorosa coerência dos ensinamentos bíblicos. Já na Primeira Aliança ficou solenemente estabelecido ser impossível amar a Deus sem a correspondente solidariedade com o próximo. Ao ratificar este preceito, o Senhor Jesus Cristo o estabelece como o distintivo da Segunda e Eterna Aliança. Sendo esta a mais importante verdade, conclui-se que toda Sagrada Escritura deve ser lida com a lupa do amor fraterno. Ao convocar as pessoas a aceitarem os ordenamentos do Pai Eterno, Jesus estabelece os critérios para um relacionamento social digno, pacífico e prospero! Sem cair em fanatismos, pode-se afirmar com toda tranquilidade que as Sagradas Escrituras reúnem os fundamentos necessários para uma ordem social fraterna e de qualidade, sem conflitos e exclusões. A análise dos sociólogos aponta o desnível no tratamento entre cidadãos como um dos fatores mais graves a causar distúrbios e mal estar social. Particularmente no Brasil as desigualdades são tão gritantes quanto injustas. Estudiosos ilustres garantem que o Brasil não é tanto um país pobre, mas sim um país injusto! Inúmeros e diários são os exemplos a comprovar o desnível nos serviços básicos oferecidos aos cidadãos. Sem admitir, o país vive em regime de castas, alguns são mais cidadãos que outros. Privilégios e preferências geram, naturalmente, antipatias e ressentimentos! Ao analisar com serenidade o contexto social, conclui-se que o país só gozará de um progresso consistente quando conseguir diminuir os escandalosos abismos de desigualdade. Os sociólogos apresentam propostas variadas na tentativa de superar os fossos criados pelo descompasso nos serviços básicos. Insistem, todavia, em um denominador comum, a indispensável necessidade de proporcionar iguais oportunidades a cada cidadão. Esta exigência fundamental coincide com o preceito da fraternidade universal, distintivo do ensinamento bíblico. Fascina a dimensão humana presente em inúmeras instruções e orientações bíblicas. Recomenda o Livro Sagrado que em época de colheitas, o produtor não deve coletar a safra inteira de sua lavora. Deve deixar sobras para os necessitados! Ao recomendar o descanso sabático, o legislador bíblico exige que o repouso semanal seja extensivo também ao escravo! Repara-se no impacto desta legislação redigida em culturas que legitimavam o trabalho escravo e dele dependiam para prosperar! Ao defender como obrigação moral o direito do escravo ao descanso, o legislador bíblico equiparava em dignidade o servo e seu patrão! Ele também é gente! Rígida, igualmente, é a censura contra a cobrança de juros. Com veemência a Bíblia condena qualquer esquema de ágio que reverta em prejuízo ao devedor. Manda devolver, ao pôr do sol, a coberta pega como garantia, caso contrário sem a proteção de sua manta o devedor passaria frio! Que lição para as tantas formas de cruel agiotagem, permitidas ou não, que destroem tantas famílias e vidas! Impossível conciliar a pratica de agiotagem com a condição de discípulo! O ápice do amor fraterno exigido pelo Livro Sagrado se encontra na celebração da Eucaristia, apropriadamente denominada nos primórdios cristãos de partilha do pão. Ao sentar-se á mesa na companhia do Senhor Jesus, os discípulos são lembrados que são todos irmãos. Recebem tratamento igualitário! E desta forma que se devem tratar-se entre si. À mesa eucarística, Jesus não faz diferença entre rico e pobre, patrão e operário, culto e ignorante, homem e mulher, todos recebem idêntico alimento, tanto da Palavra como do Corpo do Senhor! A ordem que emana da Eucaristia é clara: Amem-se uns aos outros como eu amei vocês! Lento e penoso é o processo de promover a justiça social! Papel inalienável tem o seguidor de Jesus na efetivação desse processo!

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