sábado, 6 de junho de 2015

YAD VASHEM

YAD VASHEM “Dar-lhes-ei em minha casa e dentro das minhas muralhas um memorial e um nome (YAD VASHEM), nome que perdurará para sempre, para jamais ser esquecido” Is56,5. Esta profecia de Isaias dá o nome ao segundo logradouro mais visitado em Israel. Após o Muro Ocidental, mais conhecido como o Muro das Lamentações, que ostenta as fundações do segundo Templo de Jerusalém, o memorial YAD VASHEM é que mais atraí turistas em Israel. Numa área de 4.200 m2 o complexo apresenta várias salas temáticas, todas referentes à perseguição contra os judeus na Segunda Guerra mundial, conhecida como Holocausto. Ao adentrar o complexo, acesso gratuito, o visitante é induzido a acompanhar a história do holocausto, a trajetória da vida para a morte que termina na glória, sugestivamente representada por uma arquitetura em declive, cujo nível mais baixo retrata justamente os horrores dos campos de extermínio retomando o aclive até a libertação com a derrota da Alemanha. Esta vergonhosa pagina da história recente termina na sala dos Justos entre as Nações, comovente homenagem a exaltar a memória dos heróis, cidadãos não-judeus que solidarizaram-se com a causa judia e puseram em risco suas próprias vidas para livrar judeus da infame perseguição. O profundo sentido de gratidão para com esses cidadãos fica enaltecido ainda pela Avenida dos Heróis, onde, para cada justo encontra-se plantada uma árvore, nominalmente dedicada. Ao sair da sala dos Justos, o visitante passa pela Sala de Nomes, imponente cone com nomes e fotografias de 2.5 milhões de judeus até agora catalogados. No pensamento dos idealizadores do memorial, a Sala de Nomes substitui a ausência de cemitérios e lápides que marcariam e lembrariam as vitimas da cruel perseguição. Desde 1950, os curadores do memorial vêm trabalhando intensamente na coleção de informações referentes às vitimas do genocídio. Essas informações, agrupadas sob a rubrica ‘testemunhos’ encontram-se guardadas em pastas pretas nas vastas prateleiras que circundam e abraçam o cone central, com espaço reservado para as seis milhões de vítimas. Na realidade, esses testemunhos são obtidos a partir do preenchimento de um formulário de uma única página diligentemente elaborado para incluir breve resumo da biografia da cada vitima. Quando possível, fotografias são anexadas. Obviamente, todos esses dados encontram-se hoje microfilmados, à disposição de pesquisadores como também acessíveis pela internet. Significativamente, o visitante deixa a seção sombria do memorial e sai ao ar livre, onde topa com uma estupenda vista panorâmica de Jerusalém, a cidade santa, o solo sagrado. Encaminha-se, então, para a Sala da Memória, edifício quadrado escuro, iluminado apenas com o fogo da Chama Eterna. Neste salão de piso escuro, que impõe reverência religiosa, recordam-se os milhões de judeus exterminados nos vários campos de concentração. Cada campo é nominalmente sinalizado por uma lápide em destaque. Imponente mausoléu! Neste salão nobre acontecem as cerimônias protocolares com autoridades estrangeiras, que expressam sua solidariedade revigorando a Chama Eterna e depositando coroas de flores. Caminha-se, então, em direção ao Memorial das Crianças, compreensivelmente uma das salas mais comoventes de todo complexo. Esta sala escura, cavada na rocha, ostenta uma única vela refletida em milhares de espelhos que homenageia um milhão e meio de crianças mortas no Holocausto. Guiado pelo corrimão, o visitante caminha pela sala acompanhado pela declamação contínua em hebraico e em inglês do nome, da idade e do local de origem de cada criança vitimada pelos nazistas. Um monumento de comovente impacto. Este magnífico memorial, inexplicavelmente excluído dos roteiros turísticos populares, representa eloquente alerta e igualmente oportuna chamada de atenção acerca da crueldade que o ser humano, ideologicamente manipulado, é capaz de causar ao semelhante. Alerta a inscrição na entrada ao Memorial: Recorda-se a tragédia do passado para evitar que volte a acontecer no futuro!

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