sábado, 16 de janeiro de 2016

VENCE A INDIFERENÇA - 2ª parte

VENCE A INDIFERENÇA II Prossegue a apresentação de trechos selecionados da mensagem do papa Francisco para o Dia Mundial da Paz! A mensagem, na íntegra, está acessível no site do vaticano: www.vaticano.vt/ . - O esquecimento e a negação de Deus que induzem o homem a não reconhecer qualquer norma acima de si próprio e a tomar como norma apenas a si mesmo, produziram crueldade e violência sem medida. Quando investe o nível institucional, a indiferença pelo outro, pela sua dignidade, pelos seus direitos fundamentais e pela sua liberdade, de braço dado com uma cultura orientada para o lucro e o hedonismo, favorece, e às vezes justifica, ações e políticas que acabam por constituir ameaças à paz. Com efeito, não é raro que os projetos econômicos e políticos dos homens tenham por finalidade a conquista ou a manutenção do poder e das riquezas, mesmo à custa de espezinhar os direitos e as exigências fundamentais dos outros. Quando as populações vêem negados os seus direitos fundamentais, como o alimento, a água, os cuidados de saúde ou o trabalho, sentem-se tentados a obtê-los pela força. Quantas guerras foram movidas e quantas ainda serão travadas por causa da falta de recursos ou para responder à demanda insaciável de recursos naturais? - Deus não é indiferente. Ele observa, ouve, conhece, desce, liberta. Deus não é indiferente. Está atento e age. No seu filho Jesus, Deus desceu ao meio dos homens, encarnou e mostrou-se solidário com a humanidade em tudo, exceto no pecado. Jesus ensina-nos a ser misericordiosos como o Pai: convida seus ouvintes, e particularmente seus discípulos, a aprenderem a parar junto dos sofrimentos deste mundo para os aliviar, junto das feridas dos outros para as tratar com os recursos de que disponham, a começar pelo próprio tempo apesar das muitas ocupações. Na realidade, muitas vezes a indiferença procura pretextos: na observância dos preceitos rituais, na quantidade de coisas que é preciso fazer, nos antagonismos que nos mantêm longe uns dos outros, nos preconceitos de todo gênero que impedem de nos fazermos próximos. Nós também somos chamados a fazer do amor, da compaixão, da misericórdia e da solidariedade um verdadeiro programa de vida, um estilo de comportamento nas relações de uns com os outros. - A solidariedade como virtude moral e comportamento social, fruto da conversão pessoal, requer empenho por parte duma multiplicidade de sujeitos que detêm responsabilidade de caráter educativo e formativo. Penso, em primeiro lugar, nas famílias. Constituem o primeiro lugar onde se vivem e transmitem os valores do amor e da fraternidade, da convivência e da partilha, da atenção e do cuidado pelo outro. Quanto aos educadores e formadores que têm a difícil tarefa de educar as crianças e os jovens, na escola ou nos vários centros de agregação infantil e juvenil, devem estar cientes de que a sua responsabilidade envolve as dimensões moral, espiritual e social da pessoa. Também os agentes culturais e dos meios de comunicação social têm responsabilidade no campo da educação e da formação, especialmente na sociedade atual onde se vai difundindo cada vez mais o acesso a instrumentos de informação e comunicação. Os agentes culturais e dos meios de comunicação social deveriam vigiar por que seja sempre lícito, jurídica e moralmente, o modo como se obtêm e divulgam as informações. - No espírito do Jubileu da Misericórdia, cada um é chamado a reconhecer como se manifesta a indiferença na sua vida e a adotar um compromisso concreto que contribua para melhorar a realidade onde vive, a começar pela própria família, a vizinhança ou o ambiente de trabalho. Desejo ainda, neste Ano Jubilar, formular um premente apelo aos líderes dos Estados para que realizem gestos concretos a favor dos nossos irmãos e irmãs que sofrem pela falta de trabalho, terra e teto. Quero convidar à realização de ações concretas para melhorar as condições de vida dos doentes, garantindo a todos o acesso aos cuidados e aos medicamentos indispensáveis para a vida. - Confio estas reflexões à intercessão de Maria Santíssima, para que obtenha de seu Filho Jesus, Príncipe da Paz, a satisfação das nossas súplicas e a bênção do nosso compromisso diário por um mundo fraterno e solidário.

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