
Educar é a arte do possível! Particularmente em tempos modernos quando a diversidade e a rapidez de informações ultrapassam a capacitação do educador e medem sua resiliência! Todo formador sente-se desafiado pela incessante sequência de mensagens e confrontado pelos fabulosos recursos da moderna tecnologia. A tensão se transforma em angústia quando se percebe que muitas das propostas oferecidas são alienantes e carregam falsas promessas de realização. É propaganda enganosa. Além de induzir a práticas perdulárias projetam uma imagem dissimulada de felicidade. Na cultura moderna, felicidade se resume a aparências. Importa sair-se bem na foto. Como, todavia, os parâmetros mudam a toda hora, fica previsível a constante frustração. Insatisfeitas e impacientes, as pessoas tornam tenso o convívio. Não raramente, insuportável. Que o confirmem as mães, e demais educadores, que se veem limitados para satisfazer tantas e tão variadas exigências.
Resignar-se por achar que não há como enfrentar essa onda consumista representa entregar a condução da vida dos filhos a agentes que na realidade pouco se importam com a genuína felicidade deles. Representa entregar ovelhas a lobos, com o previsível remorso subsequente. Pois qual a mãe que consegue se absolver e dormir despreocupada ao reparar a desorientação do filho? Entregar nas mãos de Deus é forma disfarçada de fugir da responsabilidade. O desafio persiste: educar é a arte do possível.
O ponto de partida para oferecer a filhos condições sólidas para encontrar pistas para uma existência realizada, encontra-se no íntimo das convicções que regulam a vida da própria mãe. Urge realizar objetiva analise sobre quais são, na realidade, os princípios e metas que regulam a vida da mãe. Afinal, são esses valores que a mãe instintivamente passa para os filhos. Mesmo quando o discurso reproduz valores considerados tradicionais, é o testemunho que, no fim, marca a vida do filho. Percebe-se a precisão dessa afirmativa na educação religiosa. Se o filho não enxergar na mãe convicção religiosa sólida, pouco resolvem apelos para ir à igreja, imposições para frequentar o catecismo. No mundo de hoje, filhos não se sujeitam mais a decretos. Valorizam exemplos. Exigem coerências! Se acedem a orientações é porque percebem o exemplo subjacente. O segredo do aprendizado sempre se resume à estratégia do sonoro silêncio. Convence-se mais com escolhas que com discursos! Em tempos atuais essa premissa se tornou mais aguda, face ao excesso de apelos que assediam principalmente os mais jovens. Esses se veem perdidos diante de tantos ruídos e é compreensível que a escolha certa passe por diversos estágios. Muitas são as mães aflitas porque mesmo dando bons exemplos, enxergam os filhos reticentes, enfeitiçados por fúteis promessas. Vale sempre lembrar que tudo na vida tem seu tempo. O tempo das ilusões também integra o itinerário do aprendizado. É preciso experimentar a futilidade de certos prazeres para convencer-se da sua inconsequência. Dói no coração da mãe ver o filho quebrar a cara, mas é um estágio imprescindível no processo do amadurecimento. O que a mãe, e o educador em geral, nunca podem se permitir é acomodar-se, encolher-se diante de questionamentos ou fazer concessões diante de rebeldias. Tampouco se justifica afrouxar a vigilância diante das próprias limitações. Reconhecer-se imperfeito, ao contrário do que se imagina, não desautoriza o educador. O torna apenas mais compreensivo ao corrigir. Filhos não querem mães perfeitas. As querem coerentes, capazes de dizer não quando for preciso! Valores impõem limites e quando se acredita em princípios não se hesita em exigir disciplina. Decisões constroem caráter. O que faz vibrar, o que motiva seguir em frente é a serena consciência de estar proporcionando a quem se ama condições sólidas para que, na hora certa, ele tome também as decisões acertadas. Mamãe águia se afasta somente quando se certifica que a cria aprendeu a voar por conta!
Educar é uma arte. E como toda arte se alicerça no sonoro silêncio. A quietude amorosa inspira miúdos detalhes que realçam a harmonia do conjunto e lhe dão vigor e consistência. Executada a obra, mamãe sorri com naturalidade. Frustrante é quando mamãe precisa fazer esforço para sorrir.
FELIZ DIA DAS MÃES!
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