
O brutal atentando em Sri Lanka, justo no dia da Páscoa, interpela! Na Páscoa do Senhor, o mundo cristão celebra a esperança! O ALELUIA entoado anuncia a certeza de dias melhores: o mal não prevalecerá. O bem vencerá! E justamente na festa quando crentes jubilosamente renovavam sua fé na supremacia da vida, um bando de criminosos lhes ceifou a vida sem nenhuma aparente justificativa, a não ser pelo fato de professarem a fé cristã! Maior absurdo impossível! Os fatos parecem confirmar que, na realidade, o mundo não tem mesmo jeito! Por maior que seja a boa vontade de uma multidão de crentes, ódios, preconceitos, vinganças continuam a ditar o ritmo do mundo! Tragédias cruéis como esta, e como aquela outra contra muçulmanos na Nova Zelândia, colocam à prova a relevância da fé na ressurreição.
Emerge o grande paradoxo existencial! Quanto mais o mundo-mal espalha a morte, maior é a necessidade de defender a vida e promover a esperança. Quanto mais densas as trevas e ameaçadoras as sombras, maior é a necessidade de acender luzes! A agressividade do mundo-mal tende a amedrontar o crente, a empurrá-lo a uma prática da fé individualista. Privada, de preferência. Cumpram-se as obrigações religiosas, mas toma-se o cuidado para não se expor demais. Resguarda-se e deixa o mundo seguir seu destino. Resignação, todavia, não é compatível com a fé religiosa! Ao contrário, a fé autêntica inspira ousadia. Quem crê no Senhor ressuscitado mantém acesa a chama da valentia, adestra-se a enfrentar o mal! Em momentos de crise, a genuína fé se robustece! Diante do arbitrário ódio do adversário, reage-se com firmeza, assume-se com discernimento! Começa-se, imitando do Mestre, com um sincero pedido ao Pai para que perdoasse e desculpasse. Dilatado o coração, enfrenta-se o obtuso preconceito do adversário com a estratégia do diálogo. Acima de tudo, com a intransigente convicção de lutar pela vida, de perseverar no bem em todos os departamentos de convívio!
O mundo continua apostando na cultura da morte para conseguir seus objetivos. O contraponto cristão, que representa simultaneamente o corajoso testemunho da ressurreição, investe incondicionalmente na promoção efetiva da caridade, na prática do bem, seja qual for contexto social. Seja qual for a circunstância! Seja qual for o risco! Jesus alertava quanto ao perigo real embutido na decisão em segui-lo. Advertiu quanto a probabilidade de se encontrarem pessoas que imaginam estarem glorificando a Deus, matando inocentes. Acrescentou, todavia, e assegurou que o Evangelho não é causa perdida! É programa vencedor! No atual sistema de resultados, costuma-se avaliar a eficácia de uma iniciativa pelo êxito imediato! Na promoção do Reino descarta-se, a priori, esse método de averiguação! O crente caminha e se alimenta na categórica afirmativa de Jesus: o mal está vencido! O príncipe deste mundo está expulso!
O bárbaro atentado em Sri Lanka, justamente na data quando se celebrava a supremacia do amor sobre o ódio, proporciona aos discípulos de Jesus, paradoxalmente, oportunidade única para reafirmarem sua identidade de Igreja da Ressurreição, sem esconder, à imitação do seu Mestre, as chagas do ódio!
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