
Passou a Quaresma! Caminhamos com Jesus, durante o Sagrado Tríduo, e nos detivemos em contemplação no profundo significado de sua morte e ressurreição. Para nós, crentes, a hora maior da história! Presume-se, pois, que esta experiência cristológica provoque ressonâncias em nossas vidas. Não se vive uma experiência tão marcante sem sequelas concretas na vida. As narrativas evangélicas atestam as profundas transformações que sucederam na vida de pessoas que, de alguma forma, estiveram envolvidas naqueles momentosos acontecimentos. Os fariseus e os rabinos viveram a experiência, mas preferiram ater-se à suas doutrinas e acabaram pedindo a morte do autor da vida! Recusaram enxergar a luz e permaneceram na obstinação da sua cegueira. Em compensação, quem abriu o coração para o Mestre, mesmo no último instante de vida, como foi o caso do ‘bom’ ladrão, experimentou o privilégio da paz duradoura. A verdade redentora permanece válida também em nossos dias. Quem aproveita as celebrações do Tríduo Pascal e vive uma experiência existencial com Jesus Cristo, experimenta, naturalmente, uma significativa mudança em sua vida! A Pascoa da ressurreição é sempre nova e renovadora!
É um dado natural que tudo o que vive passa pela constante tensão entre rupturas e progressos. Todo nascimento é precedido por uma morte. Não há avanço sem algum tipo de recuo. A mesma dinâmica aplica-se, igualmente, para a vida espiritual. Não há progresso espiritual sem correspondentes renuncias. Não há maturidade espiritual sem um precedente abandono de hábitos considerados incompatíveis ou caducos. O próprio Mestre Jesus confirma esta verdade recorrendo a uma analogia tirada da arte da costura. Nenhuma costureira remenda vestido velho com tecido novo. O resultado seria previsivelmente desastroso. Remendo novo em pano novo! O ritual litúrgico da vigília pascal, a mãe de todas as vigílias, recorre a um formidável arsenal de gestos simbólicos para inspirar o fiel a viver a experiência da ressurreição, a passagem do velho para o novo. Acende um fogo novo, evocando a nova criação que vence o caos. Usa a luz de velas, para viver, de maneira plástica, a passagem e a vitória da luz sobre as trevas! Usa a água do batismo para destacar o nascimento para uma vida de graça, repudiando solenemente a toda maldade. Celebra a Páscoa do Senhor, em sua verdadeira dimensão religiosa, cultural e cósmica, o fiel que vive a experiência de uma real ruptura com o passado para renascer, nova criatura, em Cristo Jesus.
Celebrar o mistério Pascal é sempre novidade! Ao renovar a fé no Senhor ressuscitado, o fiel reafirma sua confiança na superioridade e transcendência dos valores positivos. E evangélicos! O mundo pode apresentar-se ameaçador, mas não reúne, apesar da pose, forças suficientes para impedir que a luz vença as trevas, que a vida derrote a morte, que o amor sobressaia ao egoísmo!
FELIZ PÁSCOA!
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