SETENTA ANOS DE EUCARISTIA

Pe. Luis Tibiriça Crescente completou, no dia 05 de novembro, 70 anos de vida sacerdotal. A comunidade da capela Santa Rita, em conjunto com a Paróquia Santana, preparou uma celebração festiva para homenagear o padre. Convidado, fiz a homilia, focando a sublimidade da vocação sacerdotal. Partilho alguns pontos da reflexão. Não se nasce sacerdote! O sacerdócio é uma vocação que vai tomando forma e jeito a medida que o eleito se entrega integralmente ao seu exercício. O sacerdote católico vai construindo sua identidade a partir de suas reflexões doutrinárias e, principalmente, a partir da generosidade com que exerce seu ministério. Não existem sacerdotes iguais. Existe a graça comum do sacramento da Ordem. As qualidades e aptidões pessoais, temperadas por uma vida de oração intensa e aperfeiçoadas pelo zelo com que se abraça o ministério, vão construindo a individualidade e a identidade de cada sacerdote. Graças ao peculiar carisma de cada um, forma-se um formidável mosaico cuja beleza maior repousa na harmonia do conjunto! A contribuição maior na confecção desse mosaico não é tanto o brilho individual de cada peça, mas a sua inserção no grande conjunto. Com sentida alegria e profunda gratidão celebram-se os setenta anos de vida sacerdotal do Padre Luis! Setenta anos de ministério! Setenta anos de Eucaristia! Setenta anos de mãos estendidas para acudir e socorrer. Quanta gente abençoada! Quem e como medir os benefícios que a presença de um sacerdote dedicado atrai sobre sua comunidade! Entre todas as vocações, nenhuma é tão essencial para uma comunidade quanto a vocação sacerdotal! É bom demais ser padre! É fascinante missão! É bom demais para a comunidade saber que naquele endereço fixo pode-se encontrar alguém com disposição para ouvir, com sabedoria para aconselhar, com mãos e lábios para abençoar! Emerge, naturalmente, a explicação para tanta alegria e tanto carinho: o sentimento do dever cumprido! Na justa festividade dessa data confirma-se a verdade daquele salmo primeiro tantas vezes rezado e meditado: a árvore plantada a beira do riacho sempre dá fruto e suas folhas nunca murcham! No caso do sacerdote, o riacho que mantém viçoso seu ministério chama-se EUCARISTIA! Mergulhado na mística da Eucaristia, o sacerdote se compenetra que somente alcança sua integridade ministerial não tanto quando celebra com o povo, mas, especialmente, quando celebra para o povo. Isto quer dizer, que ao alimentar-se da Palavra e do Pão que são Cristo, o padre não apenas revigora sua vida espiritual, mas renova sua consagração de servidor, com sempre mais generosa doação ao rebanho confiado a seus cuidados! O sacerdócio não é apenas uma graça individual, mas, acima de tudo, uma bênção para os outros. Ninguém é sacerdote para si. Faz-se sacerdote a medida que se põe a serviço da Igreja. Parabéns, Padre Luiz Crescente! AD MULTOS ANOS!