sábado, 28 de maio de 2016

URGE REAGIR

URGE REAGIR A organização das nações Unidas acaba de publicar retrato atualizado da fome no mundo: 25.000 pessoas morrem cada dia de fome: a cada seis segundos uma criança morre desnutrida: mais de 900 milhões de pessoas vivem subnutridas, um aumento de 40 milhões desde o censo de 2007. As sobras coletadas nos Estados Unidos podem alimentar todos os famintos da África! O Brasil não fica para trás. Dados do Ministério da Agricultura asseguram que 19 milhões de pessoas podem diariamente se alimentar com as sobras de comida descartadas em residências e estabelecimentos alimentares. Esses dados estarrecem e envergonham todo cidadão com um mínimo senso de decência e de humanidade. A situação fica mais espantosa quando se conscientize, sempre segundo dados oficiais das Nações Unidas, que o mundo reúne condições de produzir alimento suficiente para o sustento de todos os habitantes. Óbvio, o numero maior de pessoas que passam fome concentra-se nos chamados países em desenvolvimento. Nações emergentes e países sujeitos a recorrentes e adversos fenômenos climáticos abrigam mais gente faminta. É triste reconhecer que em muitos desses países os governos são corruptos, ocupados mais em explorar e enriquecer-se com os escassos recursos naturais de seus territórios, que em aplicar medidas eficazes capazes de superar o flagelo da fome. Outra desconcertante constatação aponta para o grau de extrema dependência que se estabelece entre governos paternalistas e a população. Qualquer iniciativa do governo direcionada a aliviar a fome é celebrada como admirável gesto humanitário de administradores abnegados e não como atendimento a um direito básico do cidadão. Apesar dessas manipulações e poses hipócritas, persiste o dever dos chamados países desenvolvidos em acudir o desumano flagelo. Urge encontrar meios diplomáticos, supranacionais, capazes de evitar que milhões de seres humanos definhem famintos. Aparece, atrelado à questão de consciência humanitária, outro dado extremamente grave. A produção e a distribuição de alimentos persistem subordinadas a critérios econômicos. Investe-se não em alimentos básicos, mas naqueles que geram riquezas e divisas. Da mesma forma, a distribuição da produção alimentar anda sujeita a demanda de mercado. Mercados aquecidos e prósperos estão sempre fartamente abastecidos. Nesses bolsões não se sabe o que é escassez de alimentos. Ao contrário, quando o preço do mercado é considerado incompatível com o custo da produção, passa-se simplesmente a destruir a produção. Com que sentimentos uma mãe africana assiste ao despejo de caminhões de leite enquanto contempla seu filho definhando em seus braços? A doutrina que atrela a produção de alimentos à critérios exclusivamente comerciais é desumana e eticamente condenável. Igualmente nefasto é o leviano hábito do desperdício. Em todas as áreas da vida, repara-se com a irresponsável mentalidade do supérfluo. A obsessão consumista, característica do comportamento moderno, favorece a atração para o excesso e o desnecessário. Desastrosas são as consequências dessa infeliz vaidade acumuladora: além de comida, vestuários, calçados e outras mercadorias entopem armários e gavetas. Compra-se para usar uma única vez e, as vezes, nem tanto! Contas bancárias estouradas, dívidas acumuladas e orçamentos domésticos desregulados complementam o infeliz quadro do irresponsável e egoísta consumo. Lembrar-se regularmente das trágicas estatísticas da fome pode não ser uma prática agradável. Causa incomodo e envergonha, porque se reconhece negligente e indiferente diante do flagelo da fome. Esse descaso, indiretamente, causa óbitos! Urge reagir! Urge criar mentalidade solidária e adotar hábitos humanitariamente responsáveis e redentores.

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