
O sonho de Deus coincide com a mais íntima aspiração da alma humana! Deus sonha com uma civilização onde os cidadãos, sem distinção de gênero, raça e ideologia, vivam respeitados e recebam tratamento de gente! Deus sonha com um mundo onde as diferenças entre pessoas não sirvam de pretexto para divisões e agressões. Deus sonha com uma cultura onde as barreiras, mesmo as mais acentuadas, possam ser superadas. Deus sonha com um mundo onde o principal objetivo seja construir pontes e eliminar muros! Que pai ou mãe não deseja para seus filhos um mundo sem conflitos! Que alma humana não sonha com um futuro sem sobressaltos! Ao enviar seu Filho ao mundo, Deus garante que esta civilização, utópica para padrões humanos, é possível! Celebrar o Natal representa entender e comungar o sonho de Deus!
Não basta, todavia, Deus sonhar sozinho! É preciso que o Homem também acredite no sonho de Deus! Se evidente seja que o projeto Deus coincida com a aspiração dos pais, não deve ser difícil, em tese, partilhar o sonho divino. Especialmente, quando se toma consciência que Deus não se contenta apenas em sonhar. Ele faz a parte dele para que o sonho se torne realidade. Primeiro, enviou seu Filho Unigênito assumir a condição humana em sua totalidade para mostrar que é possível viver o ideal mesmo sendo gente. Além do exemplo, porém, Jesus apresenta a receita capaz de fazer esse projeto tornar-se realidade. Curiosamente, é na aplicação dessa receita que começam as entraves! O ser humano também quer um mundo sem conflitos, mas prefere adotar suas próprias estratégias para chegar ao objetivo! Desconsidera ou desqualifica as orientações divinas para seguir suas humanas intuições.
O primeiro pressuposto para criar um mundo sem conflitos é aceitar mudar de mentalidade. Essa seria a primeira e fundamental atitude. Sem esse ajuste básico, uma civilização de paz permanece utopia. Como demonstra a história das civilizações. Exige-se uma boa dose de discernimento e de coragem para decidir pensar como pensa Jesus! Pois ajustar mentalidade demanda abrir mão das próprias convicções. Mudar a escala das escolhas em vistas a uma posterior correção de conduta. É possível, de fato, encontrar seguidores que são discípulos, mas apenas de forma protocolar. Cumprem direitinho suas obrigações, mas não abraçam as preferências de Jesus nem fazem de suas instruções as verdades a pautar suas condutas. Religiosos por fora são, mas profanos interiormente.
Detalhe outro que emerge com clareza considerando o exemplo de vida e as instruções do Nazareno, induz a compreender que o ajuste requerido foque principalmente o jeito de relacionar-se com o semelhante. Jesus assumiu a condição humana e inseriu-se na história da humanidade, não na condição de figurante, mas como agente transformador. Em sua condição humana, ensina elevar o relacionamento entre indivíduos e grupos. Insiste no respeito à individualidade de cada pessoa ou agremiação e educa a administrar as diferenças, de maneira a impedir que as divergências sejam pretextos para inimizades e conflitos. Agressões e violências acontecem quando os agentes se fecham em suas particularidades e recusam olhar além de suas limitadas fronteiras. Quando se educam a alargar a visão e conseguem enxergar o outro que pensa diverso não como adversário, mas apenas como diferente, as particularidades se ajustam num fantástico mosaico de harmonia e beleza. O sonho de Deus encarnado em Jesus é justamente este: que as pessoas vivam em paz, num convívio saudável e real, prezando suas peculiaridades sem fazer delas valores estanques, geradoras de divisões e incompatibilidades.
Festejar o nascimento do Menino Jesus é celebrar o sonho de Deus. E alegrar-se sobremaneira pela feliz coincidência que o sonho divino corresponde admiravelmente ao mais íntimo anelo de alma humana. O nascimento do Menino Jesus alimenta a esperança de uma civilização sem conflitos! Um futuro de plena paz!
Nenhum comentário:
Postar um comentário