Reflexões para crescer no amor a Deus, no amor aos irmãos e fortalecer-se na fé cristã.Viver, em suma!
sábado, 26 de agosto de 2017
RÉDEAS
REDEAS
Descuidaram as autoridades. O tráfico prosperou. Os criminosos, ousados e oportunistas, se instalaram como governos paralelos nos morros, outorgando-se o direito de, usando de agrados e chantagens, impor sua vontade sobre uma sociedade cada vez encolhida e perplexa. E foi necessária uma verdadeira operação de guerra para repor ordem e restituir um pouco de tranqüila liberdade para uma considerável fatia da população carioca. Toda a operação foi aclamada pela sociedade, mas o drama não acabou, e ainda há muita coisa a ser esclarecida. A verdade maior, em toda esta trágica situação, salta aos olhos espontaneamente: quando o bem se afrouxa, o mal rapidamente se instala. O que acontece no mundo do crime, verifica-se em outras áreas da vida, inclusive o pessoal. Quem descuida da saúde, alimentando-se mal e deixando de fazer os exames periódicos, poderá vir a descobrir tardiamente moléstias que põem em risco sua sobrevida.
Rarissimamente as moléstias aparecem repentinamente. Furtivamente, o distúrbio vai se alojando e gradualmente vai ficando agressivo, a medida que os sinais que ele emite seguem ignorados. Pois, malgrado todo empenho, nenhuma maldade permanece escondida. Tumores se avolumam porque não são combatidos na origem. Tanto no campo pessoal como social o jogo de interesses prevalece, e é sempre fácil encontrar explicações e apresentar justificativas. Faz todo sentido, portanto, o apelo que o senhor Jesus reiteradamente fazia a seus discípulos: fiquem atentos para não serem surpreendidos. Todo cidadão entende que toneladas de maconha não se ajuntam de um dia para o outro. Chegou-se ao absurdo de montar poderoso arsenal porque as autoridades descuidaram. Houve complacência. Ora, esta trágica situação deve servir de advertência para que a sociedade pare, reflita e analise a realidade. É possível que, examinando-se detidamente, a sociedade detecte mais sinais furtivos denunciando a presença de outros sérios tumores a ameaçarem uma sobrevida saudável da população.
A mentalidade consumista e perdulária está instalada. Evocam-se inúmeros argumentos para justificar este descontrole. A indústria, amparada por uma agressiva publicidade, impõe sobre os cidadãos fictícias necessidades. Os consumidores, iludidos por uma promessa imaginaria de felicidade, se vêem compelidos a consumir além de suas receitas, envolvidos por outro nefasto truque, a facilidade de crediário. O comércio, fiel ao dogma de querer vender sempre mais, atropela hábitos e manipula direitos ao decidir abrir aos Domingos e feriados, impondo sobre balconistas e atendentes um regime quase escravocrata. Promete gratificações especiais, mas não cumpre o acordado. Importa festejar o aumento de vendas. Irresponsavelmente, sindicatos e associações patronais preferem ignorar as desastrosas consequências sociais.
A roda-viva consumista aumenta a tensão e recrudesce o desgaste tanto de consumidores como também de comerciários. O ritmo acelerado pouco tempo deixa para respirar. Com tantas urgências a serem atendidas, escasso fica o espaço para descansar e dedicar-se à família. Evidente, a prolongada ausência dos pais afeta seriamente o relacionamento familiar. Desprotegidos e abandonados sentem-se os filhos. E, olha, não são somente os filhos pequenos que reclamam, não. Os já crescidinhos também se queixam. Ora, quando os pais não cuidam, outros agentes infiltram na vida dos filhos. E, de repente, pipocam nos noticiários reportagens sobre agressões estúpidas de estudantes contra professores, de alunos brigando entre si, de jovens que, sem nenhum motivo aparente, avançam sobre outros porque não aprovam seu jeito de agir ou porque sua presença os incomoda. São, todas estas tristes situações, sinais de que a sociedade anda doente. Omissas e alienadas, as autoridades, em todas as áreas, vão perdendo espaço para inescrupulosos oportunistas, que se esmeram em plantar na cabeça dos jovens a cultura egocêntrica e perdulária.
Não se pode continuar complacente. Não se pode continuar camuflando a realidade. O tumor está crescendo. Ignorar os sintomas será fatal. É preciso acordar e reagir. Urge resgatar valores. Recuperar o discernimento. Retomar as rédeas da história, em suma!
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