Reflexões para crescer no amor a Deus, no amor aos irmãos e fortalecer-se na fé cristã.Viver, em suma!
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
CATÓLICOS
Vivi enlevada experiência! Innsbruck é uma cidade austríaca, faz fronteira com a Alemanha, de modestas proporções, mas renomada entre os aficionados por esportes na neve. A cidade, de fato, fica aos pés dos Alpes e no nevado inverno europeu recebe gente do mundo inteiro atrás de aventuras na neve. No verão, os picos da região de Nordkette nada perdem de sua imponência. Mudam apenas de ‘vestido’, se revestem de uma exuberante vegetação e a cidade se transforma em jardim. O cartão postal da cidade é o famoso balcão coberto de telhas douradas, situado na singela praça central. São 2657 telhas banhadas em ouro, encomendadas com o único objetivo de ostentar a nobreza e a riqueza da família do imperador Maximilian I. Ouso dizer, todavia, que o legítimo cartão postal da cidade é a cortês simpatia dos habitantes, gente simples, de hábitos refinados, mas despretensiosamente afáveis.
Outra atração marcante na cidade é o número de igrejas católicas, todas ricamente ornadas. São construções da idade média, patrocinadas pela família real da época e por outros clãs nobres, decoradas segundo o estilo barroco, em sua derradeira fase, já passando para o rococó. Monumentos belíssimos, mas de utilidade duvidosa para os serviços litúrgicos, uma vez que, obviamente, distraem a atenção. De qualquer forma, passando por várias igrejas, num dia de domingo, percebi que as missas são bastante frequentadas. Dado o fato de a cidade receber muitos turistas, há o cuidado de, também nesse quesito, o visitante se percebe atendido. São várias as igrejas que oferecem serviços religiosos em idiomas estrangeiros.
Participei em uma dessas celebrações, em língua inglesa. Coincidentemente, na renomada faculdade de Teologia da cidade, onde, em outros tempos, nada menos que o ilustre teólogo Karl Rahner lecionou e onde se encontra sepultado na cripta da mesma igreja. Cheguei antes do horário na capela, curioso quanto à composição da congregação. Aos poucos foi juntando gente, de todas as idades. Atrevido, fui perguntando a nacionalidade de um e outro e lá se formava uma congregação, reunindo em torna da mesa da eucaristia, gente que vinha da Alemanha, da Inglaterra, da França, da Checoslováquia, da Itália, incluindo este maltês-brasileiro, todos participando ativa e conscientemente de uma liturgia familiar, presidida por um sacerdote indiano! Pois mesmo oriundos de tantas partes do mundo, todos estávamos familiarizados com o ritual. Participávamos como se estivéssemos em nossas próprias comunidades. Confesso que esta foi uma das privilegiadas ocasiões quando senti-me verdadeiramente católico. Pois o termo católico quer dizer universal. Não importa a nacionalidade, não importa o idioma, a estrutura da liturgia da missa é idêntica, o calendário é universal. Naquela pequena capela estava uma porção da igreja, una, santa, católica e apostólica.
Partilho a satisfação e a alegria que senti em ser católico, poder estar em verdadeira comunhão com gente desconhecida, mas unida numa mesma fé e vivendo a mesma experiência litúrgica: sentar-se como irmãos em volta de uma mesma mesa, fazendo memória do Senhor Jesus Cristo, refletindo sua Palavra e partilhando o pão e o cálice que o próprio Senhor transforma em seu Corpo e Sangue redentor. Naquela singela capela não havia nacionalidades, nem idiomas, mas irmãs e irmãos experimentando e vivendo a mais plena e bela comunhão. Felizes por fazerem parte de uma Igreja que é Católica!
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