
Quem ama se faz presente! Um contato que vai além do sensorial, porque resulta de um apego visceral. Consequentemente, dinâmico e criativo! Sua raiz e motivação encontram-se no mais fundo da alma. É o que explica a inventiva criatividade de um amor apaixonado. Firmemente radicado na alma, o sentimento afetivo vai encontrando meios e jeitos, não raramente valorosos, para se manifestar. Instinto que não se consegue reprimir, o sentimento de afeto elimina barreiras e supera obstáculos na ânsia impulsiva de se extravasar. Nenhuma fronteira, seja física, econômica, geográfica ou temporal, é capaz de segurá-lo. É assim o amor materno, constantemente presente. Permanentemente ligado. Intuitivo. Criativo. Generoso!
Apaixonado embora, o amor materno é diferente de uma amorosa paixão. Esta irrompe incontrolável, motivada e regida frequentemente por impulsos predominantemente egocêntricos. Descontrolada em sua raiz, não raramente se manifesta em posturas impulsivas, tanto de renúncia irracional e exagerada dedicação em favor do apaixonado, como de atos estúpidos de agressão e incontrolável desespero. A paixão amorosa é a mais impulsiva expressão de um exacerbado sentimento de dominação. Bem diferente o amor materno, profundo, apaixonado, instintivo, mas nunca irracional porque regulado por uma referência altamente altruísta. A mãe é incapaz de fazer seu objeto de amor sofrer. Ao contrário, prefere ela mesma renunciar a vantagens, mesmo legítimas, se for para beneficiar o filho amado. O mais importante desafio no amor materno é encontrar o equilíbrio entre o natural impulso protetor e o igualmente forte instinto de doação. Todo amor materno se vê constantemente envolvido em administrar esta visceral tensão entre dominar e servir, entre segurar e soltar. Pois, ao mesmo tempo em que reconhece, pela razão, que nenhum filho deve permanecer umbilicalmente ligado a ela, o sentimento protetor a impele instintivamente a querer mantê-lo sob a sua constante vigilância. Para a mãe, ninguém como ela cuida melhor do filho. Vive, então, num dilema perene e inglório. Está sempre em dúvida quando acerta ou quando falha. Reconhece avanços e recuos, êxitos e fracassos. Experimenta alegrias e amarga remorsos. Impiedosamente se culpa quando as coisas não dão certo, pois sempre acha que pode fazer mais! Cruel é a realidade e exigente a jornada, contudo não desiste. O amor a impele a constantemente recomeçar, pois para ela a tarefa nunca está completamente terminada.
Saber administrar os fortes impulsos de doação e de dominação representa a realização maior da vocação materna. É a meta que toda mãe persegue. A busca constante e persistente desse equilíbrio eleva a presença da mãe a um patamar altamente benéfico, e sua contribuição desponta excepcionalmente fecunda. Ultrapassa fronteiras, sejam elas afetivas, temporárias, econômicas ou geográficas. Embora já faça muito, ela sempre entende que pode fazer mais. Por outro lado, compreende e aceita que não pode, nem deve, fazer tudo. Incondicionalmente ama. Sabiamente educa. Corajosamente corrige. Ternamente presente!
FELIZ DIA DAS MÃES!
Nenhum comentário:
Postar um comentário