
Espalham-se incertezas! O noticiário, tanto nacional como internacional, destaca a reinante e difusa desorientação. De um lado, as lideranças constituídas seguem estranhas políticas que provocam, logicamente, calafrios. Recorrentes contradições justificam amplamente as apreensões. Parece ocupada essa gente mais com a promoção pessoal que em resolver os ingentes desafios que atormentam as populações. Raras são as lideranças que inspiram confiança e credibilidade. Num mundo globalizado, o clima de intranquilidade com facilidade se espalha e a incerteza mantém suspensas nações e lares. A sensação prevalecente é que as administrações se locomovem em um planeta diferente, cujos interesses andam distantes das reais necessidades das populações. Por outro lado, o povo, desgovernado, vagueia, perdido entre tantas postiças necessidades, presa fácil a oportunistas charlatães, que sempre aparecem. Diante dos contraditórios discursos, o instinto de sobrevivência motiva cada nação, e cada indivíduo, a fazer o próprio caminho. Posicionamento este que amplia ainda mais a desorientação e a insegurança. Do profundo da alma, clama-se, e com urgência, por lideranças inspiradoras, com moral para levantar o ânimo das pessoas e com suficiente integridade para motivá-las a alargar horizontes e enfrentar desafios! Este clamor reflete a intuição de quem, na realidade, já conhece a resposta.
Comprometidas lideranças não caem do céu. Nem vêm prontas. Nascem das entranhas da sociedade. Nenhuma mudança consistente de posturas acontece de cima para baixo. Não passa de perda de tempo, portanto, criticar os atuais mandatários e os viciados esquemas. Quem sabe faz a hora, entoa a canção popular! Impõe iniciar, na base, uma ‘revolução de referências’. Organizações capilares como igrejas, escolas e outros movimentos populares devem sentir-se chamados a operar essas mudanças. Resgatando outro ditado popular, nada resolve dormir indignado e acordar omisso! Urge empenhar-se num trabalho educativo mirando substituir a atual mentalidade oportunista por uma agenda genuinamente solidária e cidadã. A praga maior a contaminar administrações e viciar condutas se resume à inversão na doutrina de serviço. Servidores públicos e cidadãos em geral estão mais ocupados em servir-se das benesses que em colocar-se à serviço! Tirar vantagem persiste como dogma maior. É esta a mentalidade que precisa ser revista. Impõe lembrar que este jeito ‘novo’ de encarar responsabilidades políticas e deveres cidadãos encontra respaldo no mais íntimo da alma humana. Assim como inato é o instinto em favor de uma preservação individual, é, igualmente, espontâneo o impulso em favor de uma segurança coletiva. Exemplos não faltam! Basta enumerar as várias iniciativas de solidariedade que ocasionalmente congregam multidões em defesa de causas humanitárias. Nessas ocasiões, as pessoas não hesitam alterar suas agendas. Voluntariamente, abrem espaço em sua rotina cotidiana para acudir semelhantes em apuros. Naturalmente compassivo é o ser humano! É justamente esta sensibilidade que precisa ser resgatada caso se queira, verdadeiramente, mudar o rumo dos acontecimentos.
Lideranças não nascem feitas! Gente de caráter não cai do céu! Já alertava o Mestre Jesus: quem aprende a ser fiel no pequeno, será fiel no graúdo! Se se deseja chegar ao graúdo, é preciso começar a cuidar do pequeno! Se se deseja que a humanidade reencontre seu rumo e que se formem íntegros cidadãos e probos administradores, urge ensinar e aprender a ousadia de dispor-se da própria agenda em favor de um compromisso mais abrangente, comunitário e solidário. Abrir, na própria agenda, espaço para o outro permanece o caminho certo para uma redenção restauradora!
Nenhum comentário:
Postar um comentário