sábado, 29 de dezembro de 2018

FUTURO

Esperança e receio! Expectativas e desconfianças são os sentimentos presentes na alma humana nesta época da virada do ano! Repousa o motivo maior da incerteza na consciência das nossas próprias limitações e vulnerabilidades perante os rumos da história! A percepção de que os nossos destinos não estão totalmente sob o nosso domínio, mas atrelados a deliberações de gente que, não raramente, ignora as reais necessidades das populações, aguça a sensação de vulnerabilidade. Alimenta o temor! Emerge forte neste clima de incerteza existencial o legado alvissareiro da fé cristã. Enxerga o cristão em Jesus o salvador da humanidade, que veio restaurar a deformada imagem do ser humano. O Filho de Deus feito carne é definido pelo evangelho como a Palavra que veio ao mundo. Como a Luz que brilha nas trevas! Como a Vida que vence a morte. Durante toda a sua vida, Jesus enfrentou a mentira, as trevas e a morte. De todas as maneiras, tentou-se calar a Palavra! Armadilhas foram sistematicamente engendradas na tentativa de calar sua voz! Todas falharam. A Palavra insistiu em ser ouvida. As trevas, disfarçadas, inclusive, de citações proféticas, camufladas em piedade dissimulada, tentaram abafar a límpida Luz, que, todavia, persistia em brilhar, atraindo e consolando. A morte, prepotente e arrogante, imaginou conseguir liquidar a Vida. Logrou fugaz êxito, pois a Vida ressurgiu para nunca mais morrer! Este enredo existencial serve como valioso suporte à verdade teológica: não há arbitrariedade que consegue calar a Palavra. Não há treva capaz de abafar a Luz. Não há morte capaz de vencer a Vida! Por mais prepotentes que os adversários se apresentem, Jesus permanece, a Palavra Viva, o Sol Invictus, a invencível luz, a Vida e Ressurreição! Ao contrário do que se aparenta, esta afirmativa nada tem de presunçoso. Nem de dominador. Presta unicamente para gerar confiança, afugentar o medo, banir a incerteza. Pois a medida que o fiel se deixa moldar por Jesus Cristo, a medida que se identifica com ele, passa a ecoar a Palavra, a multiplicar a luz, e difundir a Vida. Sem ambições de domínio, sem concessões à ideologias, sem subserviência a leis de mercado, mas unicamente com o sentido de servir aos irmãos e movido pela serena convicção de possuir o alimento e o remédio do que a alma humana mais necessita. Nesta condição, o cristão abandona a sensação de mero figurante na história e assume o papel de protagonista. Não admite permanecer neutro ou passivo, reveste-se da função de construtor, marcando presença a moda de sal e de fermento! Na aurora do novo ano, o cristão se compenetra da sua redentora missão no mundo. Compenetra-se, igualmente, com respeito e responsabilidade, que o mundo também olha para ele contando com a sua contribuição em favor de um convívio mais harmonioso, fraterno e justo. O cristão não pode tudo, evidente! Cabe-lhe, no entanto, melhorar o ambiente que frequenta, testemunhando a Palavra, difundido a Luz, gerando Vida! Na incerteza, discernimento! Na hesitação, coragem! O cristão deve muito contribuir para um futuro melhor! FELIZ ANO NOVO!

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