
É tradicional, no início de cada ano civil, o Papa envia a todos os lideres do mundo, como também a todas as pessoas de boa vontade, uma mensagem que tenha a paz como assunto principal. O primeiro dia do ano é dedicado à paz universal. Este ano, o Papa Francisco escolheu focar, como tema de sua mensagem, a política colocada a serviço da paz. Bela inspiração para um mundo habitualmente conturbado e, particularmente oportuna aqui no Brasil, no início das novas administrações, tanto no âmbito Federal como estaduais. Separei alguns trechos com o objetivo de tornar mais conhecido o pensamento do Papa Francisco.
Jesus, ao enviar em missão os seus discípulos, disse-lhes: ‘em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: a paz esteja nesta casa’. Oferecer a paz está no coração da missão dos discípulos de Cristo. A ‘casa’ de que Jesus fala, é cada família, cada comunidade, cada país e, antes de mais nada, cada pessoa, sem distinção nem discriminação alguma. A paz parece-se com a esperança. É como uma flor frágil, que procura desabrochar por entre as pedras da violência. A política é um meio fundamental para construir a cidadania e as obras do homem, mas, quando aqueles que a exercem não a vivem como serviço à coletividade humana, pode tornar-se instrumento de opressão, marginalização e até destruição. Com efeito, a função e a responsabilidade política constituem um desafio permanente para todos aqueles que recebem o mandato de servir o seu país, proteger as pessoas que habitam nele e trabalhar para criar as condições dum futuro digno e justo. Se for implementada no respeito fundamental pela vida, a liberdade e a dignidade das pessoas, a política pode tornar-se verdadeiramente uma forma eminente de caridade.
A propósito, vale a pena recordar ‘as bem-aventuranças do político’, propostas por uma testemunha fiel do Evangelho, o Cardeal vietnamita Francisco Xavier Ngujen Van Thuan, falecido em 2002: bem-aventurado o político que tem uma alta noção e uma profunda consciência de seu papel; bem-aventurado o político de cuja pessoa irradia a credibilidade; bem-aventurado o político que trabalha para o bem comum e não para os próprios interesses; bem-aventurado o político que permanece fielmente coerente; bem-aventurado o político que realiza a unidade; bem-aventurado o político que está comprometido na realização de uma mudança radical; bem-aventurado o político que sabe escutar; bem-aventurado o político que não tem medo!
Duma coisa temos a certeza: a boa política está ao serviço da paz; respeita e promove os direitos humanos fundamentais, que são igualmente deveres recíprocos, para que se teça um vínculo de confiança e gratidão entre as gerações do presente e as futuras. (continua)
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