
“Aspirai ao sentimentos mais elevados!” A recomendação do apóstolo Paulo, embora dirigida à comunidade cristã de Corinto, ultrapassa, na realidade, barreiras, sejam elas de caráter geográfico, profissional ou temporal! Recomendação válida para qualquer situação e em qualquer época. Vive-se, no país, uma fase de transição política. Observa-se que as mudanças almejadas não se restringem apenas à troca de administradores. Anseia-se por uma mudança de rumos. A sociedade quer mudanças! E começam a se transformar em manchetes conversas sobre ideologias, debates sobre costumes conservadores, discursos sobre políticas monetárias liberais! E os eleitos deixam a impressão de estarem, realmente, interessados em implantar mudanças, justificando as aspirações da população.
Nesses projetos de reformas, consideradas urgentes, é preciso, todavia, precaver-se contra a influência de sentimentos que possuem relevantes potencialidades e que podem, por isso mesmo, produzir efeitos contrários aos desejados. O apóstolo Paulo, na sequência da recomendação acima citada, prossegue alertando seus destinatários a prevenir-se contra o rancor e a inveja! Rancor e inveja são impulsos com forte potencialidade para embaralhar objetivos e deturpar raciocínios. Não se enxerga com clareza nem se raciocina com isenção quando se está sob o domínio da inveja ou do rancor. A experiência do cotidiano da vida comprova sobejamente esta verdade. Mesmo nos íntimos círculos da família, estes sentimentos, quando fogem ao controle, costumam provocar consideráveis estragos. Quando penetram, então, em ambientes de trabalho, suas consequências causam invariavelmente lesivas injustiças. Que dirá, quando administradores ou legisladores se deixam pautar por sentimentos de rivalidade, de preconceito ou até mesmo de vingança! Ultimamente, certos pronunciamentos oficiais e algumas decisões encaminhadas, deixam a impressão de que nada do que foi feito anteriormente presta. Tudo o que for realizado por anteriores administrações, precisa ser sumariamente descartado. É como se o Brasil estivesse começando agora. Sabiamente, o apóstolo Paulo adverte, na sequência de suas recomendações, quanto a um terceiro sentimento, com devastadoras consequências, e que costuma acompanhar o rancor e a inveja: a arrogância. Previsíveis são os efeitos deletérios quando se permite agir com rancores, com vaidades, com arrogâncias! O sereno bom senso alerta quanto o perigo latente quando se assumem políticas ou procede-se a realizar reformas, motivado, precipuamente, por sentimentos de confronto.
É urgente que se aspire por sentimentos mais elevados. Em todas as áreas de convívio, evidente. Mas, principalmente, nas esferas de administração. É para promover o bem da população que, afinal, os candidatos foram sufragados. Enxergar valores, não importa sua origem, é sinal de humilde maturidade. Saber construir em cima e aperfeiçoar o que já existe de bom, representa o característico distintivo do administrador que realmente almeja promover o progresso de seus concidadãos. Ao reconhecer iniciativas e respeitar investimentos feitos em gestões anteriores, dá inequívoco sinal de profundo respeito pelo bem público. Muitas são as benfeitorias – tanto no campo material, educacional e promocional – que ficam relegadas ao esquecimento pelo simples fato de serem iniciativas de desafetos políticos.
Reformas são benéficas. Trocas de administradores são salutares. E recomendáveis. É preciso, porém, que os administradores cultivem a humilde maturidade, que os motiva a procurar e a deixar-se guiar por elevados valores!
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