
Honesto é o brasileiro! Esta alvissareira notícia ficou confirmada recentemente após a divulgação de uma pesquisa interessante, realizada em dimensão internacional. Com o objetivo de determinar se o ser humano está mais inclinado para a desonestidade que para a integridade, um grupo de cientistas, estudiosos do comportamento humano, elaborou um teste interessante. Arranjou uma quantidade de carteiras, algumas com dinheiro outras sem, e as entregou aleatoriamente em prédios públicos de diversos países. Cada uma das carteiras continha um cartão identificando o suposto dono com o respectivo endereço eletrônico. Os cientistas queiram verificar a objetividade da difundida tese que afirma ser a pessoa humana honesta enquanto vigiada. Se houver a possibilidade de tirar vantagem indevida sem ser descoberto, supõe-se que o ser humano assim agirá. Após passarem-se alguns dias, os cientistas começaram a receber os retornos. Surpresa maior, o número de carteiras devolvidas contendo dinheiro foi expressivamente maior do que as sem dinheiro. E o Brasil apresentou um índice alto – 50% - de carteiras devolvidas com dinheiro. A experiência foi repetida, desta vez com mais dinheiro na carteira. E o resultado foi semelhante.
É doutrina comum entre os estudiosos de comportamento que as condutas refletem a educação contextual de uma sociedade. De onde se conclui que os valores básicos que moldam o caráter brasileiro são de honestidade e de integridade. Confirma-se esta afirmativa por outro dado paralelo, fornecido por associações de crédito do comércio. Cidadãos vindos de classes pobres e simples honram mais seus compromissos que outros que integram classes socialmente mais elevadas. O pobre é, geralmente, bom pagador. Totalmente equivocada, portanto, a difusa convicção que define o brasileiro como despudorado aproveitador, sempre pronto a passar a perna no outro! Emerge a necessidade de redefinir o bordão classificando o nativo como ‘bonzinho’! De fato, o brasileiro é ‘bonzinho’, não no sentido cínico da expressão, mas em seu significado preciso: correto e honesto. E uma vez honesto é igualmente justo. Está integridade de conduta se expande para a espontânea disponibilidade de estar sempre pronto a acudir e ajudar. O justo é naturalmente solidário! Repara-se, novamente, na despretensiosa solidariedade que existe entre as classes mais pobres e mais simples. Entre essa gente costuma-se dividir e compartilhar com naturalidade e alegria o pouco que se tem. Solidariedade, afinal, não depende de tecnologia e nem de dinheiro! Pode-se, pois, afirmar que está experimentalmente comprovado que esses fundamentos de honestidade e solidariedade integram a herança cultural e comportamental do povo brasileiro. Lamenta-se, por isso e com justiça, a infiltração de valores materialistas e mentalidades exageradamente subjetivistas que andam contaminando a salutar descontração local. Esta importada cultura ambiciosa gela paulatinamente o coração, estreita horizontes, e ameaça infectar a peculiar herança solidária. Com previsível reflexo nocivo em outra singular índole local: o descontraído humor!
Urge preservar e promover, com determinada convicção, os valores de correção e integridade. Motivo de honra é saber que o país integra o rol de povos honestos. É nobre ser correto! É intrinsecamente digno ser honesto! E justo!
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