sábado, 17 de agosto de 2019

REDE DE AMOR

O amor molda condutas! Ajustam-se as preferências aos postulados da pessoa amada e vive-se tutelado pelo que se ama! Experimenta-se, no entanto, um fenômeno atual intrigante. A cultura corrente favorece e estimula a constante flexibilização de valores, inclusive de afeto. Nesse compasso de referências reversíveis, fica difícil estabelecer um conceito sólido sobre o amor! Muitas e desencontradas são as teorias sobre o afeto humano. A consequência prática diante desse largo horizonte de propostas soltas é uma crescente insegurança a afetar o campo afetivo! No atual pragmatismo, solidifica-se o bordão: “Amo hoje, amanhã veremos”! Atitude cínica que corrói o amor! Receia-se amar! O drama existencial aumenta, porque o afeto permanece um dos impulsos vitais para a realização individual e para a preservação coletiva da espécie. Não se vive plenamente sem amar! Emerge, neste impasse existencial, uma conclusão espontânea: aprende-se a amar e a acreditar no amor a partir de exemplos concretos de experiências afetivas. Não são teorias que promovem o amor, mas testemunhos autênticos de experiências afetivas. A defesa e a instrução sobre o genuíno afeto repousam no testemunho concreto de convívio amoroso! O exemplo é que precede a teoria e não vice-versa! Aprende-se a amar com quem ama de verdade! O crente cristão leva vantagem clara sobre os demais cidadãos porque encontra em Jesus Cristo o mais perfeito modelo de amor. Acredita o crente que ninguém amou mais e melhor o ser humano que Jesus Cristo. Ele é a máxima expressão da filantropia humana! Aprendiz na escola de caridade de Jesus Cristo, o crente cristão aprende a construir e polir seus relacionamentos afetivos, inclusive, e principalmente, os familiares. Afinal, é na família que se vive a primeira e fundamental experiência de afeto. Está comprovado que, curtido em família, o afeto humano reúne formidáveis potencialidades, capazes de transformar sociedades e elevar relacionamentos. A família é, literalmente, a indispensável base para a formação do caráter como também oportuno campo para um convívio social saudável. Inspirado no exemplo de Jesus Cristo, o lar cristão ensina a fazer da generosidade a imperiosa essência do afeto. Mostra que amor é doação. Independentemente de reconhecimentos e retribuições! Independentemente de lucros e vantagens! Orienta como domesticar o forte instinto possesivo e como canalizar a impulsividade erótica. Educa, em suma, a enxergar o outro e a respeitar suas peculiaridades! Insiste, neste contexto, na urgência de romper com o mesquinho esquema calculista de custo/benefício, infiltrado em todas as esferas da vida, e que anda contaminando, inclusive, a área do afeto. O lar cristão, moldado no evangelho, representa, indubitavelmente, o mais favorável espaço onde se aprende a acreditar no amor e a viver o afeto com descontraída alegria! Desenvolve a família educada no evangelho uma compacta rede de amor, a oferecer abrigo e segurança! Longe da escola de Jesus, a rede de amor paulatinamente afrouxa. Furos aparecem. Rasgos se sucedem, facilitando fugas e abandonos. Há muito ‘peixe’ desiludido, descrente no amor. Gente que, na realidade, não viveu genuínas experiências de afeto!

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